Brasília – O deputado federal André Janones (Avante-MG) retirou ontem sua candidatura à Presidência e declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa ao Palácio do Planalto.
Em uma transmissão ao vivo ao lado de Lula no Facebook, onde Janones acumula mais de 8 milhões de seguidores, o deputado formalizou a aliança com o petista, que reafirmou compromisso de manter o benefício social do governo em R$ 600 — uma das bandeiras de Janones.
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“O Lula está encampando as nossas propostas pelo auxílio”, afirmou Janones, que tem aparecido com 2% das intenções de votos nas pesquisas mais recentes.
“O Lula está aqui do meu lado hoje para comunicar a vocês que ele está encampando junto conosco essa luta, já havia encampado, mas agora encampando junto com a nossa candidatura, que nesse momento a gente retira e unifica a candidatura presidencial do deputado André Janones, a partir deste momento, esta unificada e passa a ser representada pela candidatura do presidente Lula”, afirmou.
Lula disse ter “obsessão” por acabar com a fome no País, e prometeu retomar o programa Bolsa Família no valor de R$ 600 — mesmo valor concedido atualmente pelo governo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro no Auxílio Brasil.
“Tudo que a gente puder gastar e investir para acabar com a fome será um benefício para o povo brasileiro”, afirmou.
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Lula lidera as pesquisas de intenção de voto à frente de Bolsonaro, e alguns levantamentos têm mostrado possibilidade de vitória do petista ainda no primeiro turno.
PoderData
Pesquisa PoderData divulgada ontem aponta um aumento da vantagem numérica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dentro da margem de erro, em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL), com o petista mantendo 43% das intenções de voto, mas Bolsonaro oscilando negativamente de 37% para 35%.
A pesquisa mostra ainda que o candidato do PDT, Ciro Gomes, oscilou um ponto para cima, chegando a 7%, e a senadora Simone Tebet (MDB), fez o mesmo movimento, chegando a 4%. André Janones (Avante) manteve 2%, Felipe D’Ávila (Novo) e José Maria Eymael (DC) somaram 1% cada. Os demais candidatos não pontuaram.
Nos cenários de segundo turno, Lula mantém a liderança contra todos os candidatos testados e, contra Bolsonaro, venceria por 50% a 40%.
A diferença, no entanto, diminuiu em relação ao levantamento anterior, em que o petista alcançava 51% e Bolsonaro, ficava com 38%.
A pesquisa PoderData foi feita por telefone e ouviu 3.500 eleitores entre 31 de julho e 2 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Aécio Neves decide disputar cargo na Câmara
São Paulo – O deputado federal Aécio Neves (PSDB) anunciou ontem que será candidato à Câmara novamente.
O objetivo, segundo explicou, é fortalecer a candidatura do ex-deputado Marcus Pestana (PSDB) ao governo de Minas. O candidato a vice ainda não foi definido, mas o vereador Bruno Miranda (PDT) vai compor a chapa como candidato ao Senado.
“A partir de uma ampla reflexão que nós fizemos, optei por fortalecer a candidatura do companheiro Marcus Pestana, fortalecendo a nossa aliança que já existe na federação com o Cidadania, agora também com o PDT. E, nesse momento, estou abrindo mão da disputa pelo Senado para que o PDT, através do vereador Bruno Miranda, possa ocupar essa vaga, e ao nosso lado construir uma candidatura clara, limpa, corajosa, ousada e preparada”, afirmou, em vídeo publicado no YouTube.
Aécio agradeceu ao apoio dos eleitores para a candidatura de senador. O tucano lembrou que, quando ocupou o cargo, “construiu um projeto presidencial, uma candidatura à Presidência da República” – vaga pela qual tentou ser eleito em 2014, e perdeu no segundo turno para Dilma Rousseff (PT).
“Tenho que registrar que, lamentavelmente, o meu partido, o PSDB, nessas eleições, cometeu um grave equívoco ao não apresentar uma candidatura à Presidência da República que pudesse demonstrar que existe vida inteligente fora dos dois polos que hoje disputam de verdade a Presidência da República”, disse.
Segundo o político mineiro, o quadro nacional impactou nos cenários dos estados, levando a “decisões arriscadas, mas decisões responsáveis”. Apesar da desistência, Aécio garantiu que vai seguir o trabalho como deputado, que o mandato será “apenas uma etapa” e que “o projeto que eu acredito ainda vai muito longe”. (Folhapress/UOL)