Projeto cria rota turística para Brumadinho

21 de setembro de 2019 às 0h14

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Crédito: Divulgação

As montanhas da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) são o cenário ideal para diversos esportes ao ar livre e de aventura. Tradicionalmente o espaço abriga competições de motocicleta e recebe viajantes interessados em desfrutar do território rico em natureza e história.

Para atender esse público com segurança e qualidade de serviços, foi apresentado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais o projeto “Rota Capitão Senra”. O propósito, que parte da iniciativa privada, quer aproveitar o trecho da Rodovia AMG-0160, que liga a BR-040 a São Sebastião das Águas Claras (Macacos), distrito de Nova Lima, que recebeu o nome de Rodovia Capitão Senra, para criar uma rota turística até Brumadinho.

De acordo com o coordenador do projeto, Ânderson Rocha, a ideia é aproveitar e potencializar a estrutura já existente, fazendo pequenos ajustes para atrair esse público.

“Esse é um turismo de estrada e ela já existe. O principal investimento seria em sinalização turística e do trajeto. A parte mais cara e de maior impacto ambiental já está pronta. Agora é capacitar e fomentar a cadeia produtiva”, explica Rocha.

O objetivo é fazer a travessia de um município ao outro utilizando o Parque do Rola Moça em um sentido e a Serra da Moeda em outro. A ideia é utilizar a representatividade do capitão para promover a nova rota turística. Entusiasta do motociclismo, foi o fundador de um dos mais antigos motoclubes do País, o Águias de Aço. O mineiro Capitão Senra foi escolhido pela própria marca Harley-Davidson como cliente símbolo no Brasil. Ele morreu em 2016, aos 84 anos de idade.

Perfil – Diferentemente do estereótipo de homens mal encarados propagado pelo cinema, os motociclistas são turistas que costumam viajar em família e têm um tíquete médio mais alto que a média dos turistas de lazer. Acostumados a andar em grupos familiares ou de amigos, costumam movimentar serviços e comércio das regiões escolhidas.

“O motociclista é, por princípio, um amante da natureza. Atualmente, o Brasil tem mais de 4 mil motoclubes, com cerca de 200 mil associados. É bastante comum que eles realizem ações sociais e de preservação nos destinos por onde passam”, relata o coordenador que tem 30 anos de motociclismo.

O projeto ainda está no início e não existem estudos de impacto econômico. A ideia, porém, já é bem vista pelas administrações municipais. Para a gestora de Turismo da Prefeitura de Nova Lima, Fabiana Giorgini, a Rota é uma oportunidade de fortalecer o ecoturismo na cidade e recuperar o volume de visitas que diminuiu após as notícias de um possível rompimento de barragens na região.

“Sexta-feira foi uma apresentação e falamos dos benefícios de participar do projeto. Precisamos agora reunir toda a cadeia produtiva em torno da Rota estabelecendo as necessidades e obrigações dos entes públicos e privados. Estamos em um momento de reconstrução da imagem de Macacos e toda a região. Queremos mostrar que somos um destino seguro e com infraestrutura para receber a todos”, destaca Fabiana Giorgini.

A diretora da Secretaria de Turismo e Cultura de Brumadinho, Maria Lúcia Guedes, também destaca a importância do turismo na reconstrução da imagem da cidade depois da tragédia provocada pela mineradora Vale em janeiro, quando a barragem da Mina Córrego do Feijão cedeu, deixando 249 mortos e 21 desaparecidos até agora.

“Muitos motociclistas frequentam a região e a organização da Rota é mais um meio de trazer turistas pra cá. Lutamos para desenvolver o turismo em várias frentes e retomar um ritmo de crescimento que existia antes da tragédia”, completa Maria Lúcia Guedes.

Iniciativa prevê criar rede de cidades criativas

Os ministérios do Turismo e da Cidadania se reuniram para dar continuidade às tratativas da criação da Rede Brasileira de Cidades Criativas. As Pastas discutiram sobre aspectos do Acordo de Cooperação Técnica, encaminhamentos para o primeiro produto desse Acordo e estratégias de lançamento da Rede.

A Rede Brasileira, que é uma iniciativa baseada na Rede Mundial de Cidades Criativas, criada em 2004 pela Unesco, tem como objetivo estimular o desenvolvimento da Economia Criativa nos municípios brasileiros, gerar inclusão social e econômica com sustentabilidade.

Além disso, busca incrementar as cadeias produtivas locais e regionais, impulsionar a dinâmica e a colaboração com os setores de turismo e de serviços transversais à cultura.

Para o secretário de Integração Interinstitucional, Bob Santos, a iniciativa traz, acima de tudo, qualidade de vida para as localidades afetadas. “Esse acordo de cooperação técnica dá poder de desenvolvimento turístico, econômico, cultural e social às comunidades. Ele é um instrumento que afeta diretamente a qualidade de vida das cidades, criando soluções criativas de melhorias locais. O turismo tem muito a ganhar com esse projeto”, ressaltou o secretário.

De acordo com a Unesco, as cidades da rede trabalham em busca de dois objetivos comuns: colocar as indústrias criativas e culturais no centro dos planos de desenvolvimento locais e cooperar ativamente por meio de parcerias entre cidades em nível nacional e internacional. São sete categorias: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música. Os municípios só podem se candidatar a uma única categoria da Rede de Cidades Criativas. Atualmente, a rede conta com 180 cidades em 72 países.

Oito cidades brasileiras fazem parte da Rede Mundial: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ), no campo da Gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), no do Design; João Pessoa (PB), em Artesanato e Artes folclóricas; Salvador (BA), na Música; e Santos (SP), no Cinema.

Troca de experiência – O MTur participou, neste ano, de dois encontros importantes sobre cidades criativas. O Ecriativa, realizado em março, reuniu os oitos destinos nacionais que fazem parte da rede mundial e proporcionou troca de experiências sobre os projetos atuais e futuros com apresentação de painéis das cidades. A Pasta também esteve presente, em junho, na 5ª edição do Mercado de Indústrias Criativas Argentinas (MICA), que incentiva atividades turísticas com base na economia criativa. (Com informações do MTur)

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