Economia

Angra 3: modelo de participação próximo de ser definido

Angra 3: modelo de participação próximo de ser definido
Crédito: Divulgação/PAC

Florianópolis – O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros dos Santos, disse ontem, que até o final deste mês deverá ser definido o modelo de participação da Usina de Angra 3. Santos participou de um workshop promovido pela Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abpti), dentro do evento Innovation Summit Brasil 2019, que ocorre até hoje, em Florianópolis.

Em entrevista à Agência Brasil após palestra no evento, o secretário disse que a previsão é que Angra 3 esteja concluída em 2026.

“Foi definido o preço de referência, preço que acho que é atrativo para a competição na disputa dos participantes. Acho que até o final de agosto a gente define a modelagem da participação da iniciativa privada. Em seguida, tem a competição, de tal sorte que possamos, em meados de 2020, começar efetivamente a retomada da obra e concluí-la, definitivamente, em janeiro de 2026”, disse.

Mais de 60% da Usina de Angra 3 foi construída, a um custo de quase R$ 10 bilhões. Para concluir a obra faltam mais R$ 15 bilhões em investimentos, que devem vir do parceiro privado que será selecionado a partir da definição do modelo.

Confiabilidade energética – O secretário explicou que a obra é importante para dar uma grande confiabilidade energética para a região Sudeste do País.

“[Angra 3] é uma usina cuja localização é importante porque está no centro de cargas [da região] do Sudeste. É uma usina de geração de energia limpa. Uma usina em que a produção de energia e o fator de capacidade é da ordem 99%, com alta confiabilidade. Isso significa dizer uma geração mais próxima da carga, com redução de custos de transmissão e de perda”, disse.

Santos disse que também é importante em relação a Angra 3 é que a usina utiliza combustível nacional.

“Não temos dependência de variação de políticas externas porque é um combustível nacional disponível e isso faz com que tenhamos uma indústria mais competitiva. E quando se desenvolve a indústria nuclear, você traz não só atributo para a geração de energia, mas a perspectiva de continuar com o país na vanguarda que queremos”, disse, ressaltando que a tecnologia nuclear é desenvolvida também nas áreas de medicina e agricultura, por exemplo.

Segundo informações da Eletronuclear, quando entrar em operação comercial, a usina de Angra 3 terá potência de 1.405 megawatts, com capacidade de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia que seria suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período.

Caminhões da China – O secretário disse também que, em agosto, chegam ao País cinco caminhões, provenientes da China, para atuar na distribuição de GNL (Gás Natural Liquefeito). Eles devem começar a fazer o transporte de gás a partir de setembro na cidade de Aracaju.

“A Golar [Power, uma joint venture] está importando cinco caminhões da China e tem, como objetivo, pegar o gás e fazer a distribuição nas cidades. Se no passado precisava construir gasoduto para isso, hoje se tem mais flexibilidade de transporte de gás natural”. (ABr)

Usina de Itaipu bate recorde de produção

Brasília – A Usina de Itaipu registrou a mais alta taxa de produtividade da história para o período de um mês em julho deste ano. Esta taxa é resultado da relação entre a produção de energia e a água que passa pelas turbinas. Foram produzidos 1,100 mil megawatts médios por metro cúbico de água por segundo (MWmed/m³/s) no mês. O recorde anterior, de 1,098 MWmed/m³/s, era de julho de 2018.

Segundo informações da Itaipu Binacional, no período o desperdício de água foi irrisório. Dentre os fatores que contribuíram para o resultado estão o menor nível de água que chegou ao reservatório, o que favoreceu o aproveitamento de cada metro cúbico de matéria-prima em megawatt.

Outro fator, segundo a companhia, foi o gerenciamento das variáveis envolvidas no processo de geração de energia como demanda, estoque de água e disponibilidade das máquinas e da transmissão.

O recorde anterior, de julho do ano passado, foi obtido 28 anos depois da melhor marca que foi registrada em setembro de 1991 (1,087 MWmed/m³/s). Esse valor foi superado em maio, junho e julho do ano passado.

No acumulado parcial, 2019 também está sendo o melhor ano do histórico. Até julho, a produtividade acumulada era de 1,072 MWmed/m³/s. A melhor marca anual registrada no período havia ocorrido em 1986, com 1,060 MWmed/m³/s. (ABr)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas