Economia

Capacidade de reservatórios deve chegar a 85%

Chuvas volumosas, menor demanda por energia e o crescimento da geração distribuída têm contribuído para o enchimento dos reservatórios
Capacidade de reservatórios deve chegar a 85%
Chuvas estão volumosas em regiões dos maiores reservatórios de hidrelétricas, segundo ONS | Crédito: Divulgação

São Paulo – A continuidade de chuvas volumosas deve elevar a capacidade dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste a 85% no fim de março, melhor nível para o mês desde 2007, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Boletim do órgão divulgado na sexta-feira (24) aponta que as chuvas na região, onde estão os maiores lagos de hidrelétricas do país, deverão atingir 100% da média histórica no próximo mês.

Isso ajudará os reservatórios a se recuperarem, atingindo 85% ao final de março, um aumento de 8,6 pontos percentuais frente aos 76,4% registrados nesta sexta-feira. Se confirmado, será o melhor nível de armazenamento desde março de 2007, quando o índice atingiu 87,3%, pelos dados do ONS.

O atual período úmido, crítico para a geração das hidrelétricas – principal fonte da matriz elétrica brasileira -, tem se mostrado favorável. Em janeiro, após chuvas acima da média em algumas áreas do Brasil, o país realizou a abertura das comportas de várias usinas, incluindo a Binacional Itaipu, e também exportou energia excedente para a Argentina.

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Além das chuvas, a menor demanda por energia e o crescimento da geração distribuída têm contribuído para o enchimento dos reservatórios, observa Luiz Barroso, presidente da consultoria PSR.

Ele aponta que, do lado da oferta, o período úmido deste ano tem ficado “dentro da normalidade” e soma-se a uma expansão acelerada da geração distribuída – usinas solares de pequeno porte instaladas em telhados, fachadas e terrenos – , que oferece uma oferta adicional de energia ao sistema elétrico.

Já o consumo de energia no Brasil vem andando de lado, tendo fechado 2022 com alta anual de 1,5%, mantendo uma trajetória de evolução fraca devido à lentidão da atividade econômica. Em janeiro, o indicador mostrou estabilidade.

“O que tivemos foi excesso de oferta, por chuvas e principalmente pela entrada de geração distribuída, e menos demanda. E isso daí é o que causa uma tranquilidade conjuntural no atendimento da demanda, em um panorama de preços baixos”, disse.

Projeções para março

O ONS projetou ainda que, nas demais regiões, as chuvas devem superar a média histórica no Sul (110%) e Norte (112%) e atingir 64% da média no Nordeste.

O órgão estimou ainda uma alta de 0,5% na carga de energia elétrica no Brasil em março. (Reuters)

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