Obstáculos políticos ameaçam desenvolvimento do Agro brasileiro
O agronegócio, setor que deve puxar o crescimento da economia brasileira em 2023, podendo, inclusive, evitar que o País tenha uma recessão técnica, vai enfrentar desafios importantes ao longo dos próximos anos que podem impactar de forma negativa o pleno desenvolvimento do setor.
O assunto foi abordado, nesta segunda-feira, durante a primeira reunião do Conselho Empresarial do Agronegócio da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas).
No evento, o presidente do Instituto CNA, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Roberto Brant, palestrou sobre os principais desafios que o setor enfrentará nos próximos anos no País e ressaltou que o Agro continua sendo um dos mais importantes da economia.
“O agronegócio continua sendo um setor muito forte. No primeiro e no segundo trimestre de 2023, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Agro impedirá que o Brasil seja classificado como em recessão técnica, após completar dois trimestres sem crescimento. No final, o setor permitirá que o crescimento do Brasil fique em cerca de 0,8% a 1%. O setor é o pilar decisivo da economia”.
Apesar do papel relevante na economia nacional, a política tem colocado ameaças e obstáculos à atividade. Brant elencou os quatro principais pontos que podem travar o setor. Dos quatro obstáculos, três são considerados políticos.
Quatro desafios
O primeiro deles, resultado da política do novo governo federal, é a separação do setor em dois, a agricultura comercial e a familiar.
O segundo, é a ideia de que 30 milhões de brasileiros passam fome, sendo o País o maior exportador de alimentos do mundo.
“Isso é uma contradição muito grave e é mentira. Os programas sociais administrados pelo governo brasileiro propiciam uma renda mínima a 140 milhões de pessoas. As demais, 100 milhões, estão muito acima da linha da pobreza”. Ainda segundo Brant, o posicionamento do governo nacional desqualifica a imagem do setor no exterior, facilitando ações políticas no exterior para colocar barreiras às exportações.
O terceiro obstáculo são as invasões de terras e a política para promoção da reforma agrária, que tem custo elevado e baixo retorno produtivo.
A reforma tributária é o quarto obstáculo. Segundo Brant, o texto que está em discussão no Congresso Nacional pode penalizar substancialmente o setor. Caso aprovada, a reforma fará com que diversos produtos do Agro, que hoje são taxados entre 2% e 10%, tenham o índice elevado para 25% a 29%, o que pode comprometer diversos segmentos, como a pecuária de leite, por exemplo.
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