Economia

Janja defende taxação de plataformas como Shopee, e MBL diz que ela mente

Consumidor não necessariamente vai pagar taxa em todas as compras em varejistas asiáticas, mas produtos nessas lojas podem ficar mais caros
Janja defende taxação de plataformas como Shopee, e MBL diz que ela mente
Os e-commerces aumentaram suas demandas de forma nunca vista antes | Crédito: Adobe Stock

São Paulo – A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, saiu em defesa da medida do governo Lula que colocará fim à isenção de imposto de importação para encomendas de até US$ 50 (R$ 250) remetidas por pessoas físicas e destinadas também a pessoas físicas.

Não haverá mais distinção de tratamento nas remessas por pessoas jurídicas e físicas – o que serviria hoje apenas para fraudes generalizadas, segundo o governo. A medida afeta consumidores de lojas virtuais como Shein, Shopee e AliExpress, muito populares entre brasileiros.

Diante da repercussão do assunto, Janja foi às redes sociais para explicar o novo esquema de taxação. Em resposta a um tuíte do portal Choquei, ela disse que “a taxação é para as empresas e não para o consumidor”.

Em resposta a outro tuíte, que citava a reportagem publicada pela Folha, a primeira-dama afirmou: “Se trata de combater sonegação das empresas e não taxar as pessoas que comprarem”.

MBL rebate posts de petista

O MBL (Movimento Brasil Livre) compartilhou e rebateu os posts da mulher do petista. “A primeira-dama mente e as páginas de fofoca caem na mentira. Cadê o ministério da verdade agora?”, escreveu a página do grupo no Twitter.

“As empresas já são taxadas. O próprio governo argumenta que tinha empresa usando CPF para comprar, mas era PJ. Essa taxação nova atinge apenas pessoas físicas”.

“Isso é mentira! A isenção de US$ 50 era só para comprador em pessoa física. Isso significa que empresas já pagavam pelo menos 60% de impostos quando importavam”, afirmou ainda o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), do MBL, em resposta a Janja.

Opositores do governo criticaram a medida. A expressão “Faz o L”, referência ao gesto de apoiadores de Lula ao longo da campanha de 2022, chegou a mais de 22 mil postagens no Twitter.

A isenção, segundo o governo, vem sendo utilizada para fraudes por empresas de comércio eletrônico que colocam indevidamente o nome de pessoas físicas como remetentes.

Ainda de acordo com a gestão federal, o objetivo da medida é que o imposto de importação seja recolhido antecipadamente pelo vendedor, que poderá repassar o custo para o consumidor. Se o imposto não for recolhido antes, caberá ao destinatário pagá-lo em uma agência dos Correios.

Então, o consumidor não necessariamente vai pagar taxa em todas as compras nas varejistas asiáticas como Shein, Shopee e AliExpress, mas comprar nessas lojas pode ficar mais caro.

O chamado “contrabando digital” está na mira da pasta econômica desde o início do ano. Com isso, as plataformas têm uma vantagem na concorrência com empresas brasileiras. (Por Mônica Bergamo)

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