Criação de postos “decepciona” nos EUA, mas desemprego recua

Washington – A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou com força em setembro, provavelmente porque o furacão Florence prejudicou os setores de restaurantes e varejo, mas a taxa de desemprego caiu para perto da mínima de 49 anos de 3,7%, indicando um aperto adicional nas condições do mercado de trabalho.
O relatório mensal de emprego do Departamento de Trabalho também mostrou aumento constante dos salários na sexta-feira (5), sugerindo pressões inflacionárias moderadas, o que pode aliviar as preocupações com o superaquecimento da economia e manter o Federal Reserve na trajetória de aumentos graduais da taxa de juros.
Foram criadas 134 mil vagas de empregos fora do setor agrícola no mês passado, o menor número em um ano, já que os setores de varejo e lazer e hospitalidade fecharam postos de trabalho.
Os dados de julho e agosto foram revisados para mostrar 87 mil vagas a mais do que o informado anteriormente.
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Economistas consultados pela Reuters projetavam criação de 185 mil postos de trabalho em setembro e uma queda na taxa de desemprego de 0,1 ponto percentual, para 3,8%.
A economia precisa criar cerca de 120 mil empregos por mês para acompanhar o crescimento da população em idade ativa.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse, na terça-feira (2), que a perspectiva da economia é “notavelmente positiva” e acredita que está à beira de uma era “historicamente rara” de desemprego ultrabaixo e inflação contida.
Um mercado de trabalho robusto está sustentando a economia norte-americana e, junto com o alto nível de poupança, pode sustentar os gastos do consumidor conforme o estímulo do pacote de corte de impostos de US$ 1,5 trilhão do governo norte-americano perde força.
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Furacão Florence – O Departamento do Trabalho disse que é possível que o furacão Florence, que atingiu as Carolinas do Norte e do Sul em meados de setembro, possa ter afetado o emprego em algumas indústrias. Ele afirmou ainda que é impossível quantificar o efeito líquido sobre o emprego.
Os ganhos médios por hora aumentaram oito centavos, ou 0,3%, em setembro, após subirem 0,3% no mês anterior. Com o aumento de setembro abaixo do ganho de 0,5% registrado durante o mesmo período do ano passado, isso reduz o aumento anual dos salários para 2,8%, de 2,9% em agosto, que foi o maior aumento em mais de nove anos.
O crescimento salarial continua sendo suficiente para manter a inflação em torno da meta de 2% do Fed. (Reuters)
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