Custos de produção da pecuária leiteira sobem quase 25% em MG

26 de janeiro de 2021 às 0h27

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Crédito: Jadir Bison

O aumento das exportações de grãos e a oferta limitada no mercado interno alavancaram os preços dos insumos da alimentação bovina e contribuíram para o aumento dos custos da pecuária de leite em 2020. De acordo com o Índice de Custo da Produção Leiteira, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Unidade Gado de Leite (ICPLeite/Embrapa), em Minas Gerais, os custos totais ficaram 24,63% superiores, sendo o maior peso vindo da alimentação concentrada, que aumentou 54,52% em 2020. Para 2021, a tendência é de que os custos se mantenham próximos aos registrados em 2020.

De acordo com o levantamento, ao longo de 2020, a alimentação concentrada, que é composta por itens como a soja e o milho, por exemplo, disparou, acumulando no fim do ano um aumento de 54,52%. 

A analista de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, Manuela Lana, explica que a baixa oferta e a alta demanda tanto no mercado interno como externo fizeram com que os preços dos grãos fossem alavancados, elevando os custos da pecuária de leite. 

“Dentre os grupos que compõem os custos de produção da pecuária de leite, o que tem maior peso é o da alimentação concentrada, que foi o que apresentou a maior alta no ano. A valorização do milho e da soja – incremento que veio das exportações maiores, já que o real estava desvalorizado frente ao dólar, aliadas ao aumento da demanda mundial por grãos e à seca no Sul do Brasil – contribuiu para que o custo desse grupo aumentasse tanto. Somente no último quadrimestre, o avanço foi de 41%”, explicou. 

A variação do grupo produção e compra de volumosos também foi significativa, ficando em 12,51% no acumulado de janeiro a dezembro de 2020. Neste grupo, entram itens como as forrageiras para corte, fenos, silagens, entre outros.  

Em função da pandemia de Covid-19 que alavancou a busca por produtos desinfetantes, o grupo de qualidade do leite apresentou alta de 6,33% em 2020.

“Com a pandemia, o custo com produtos desinfetantes também aumentou muito, principalmente, nos primeiros meses do ano, quando a demanda cresceu mais que a oferta”, disse Manuela.  

Também apresentaram elevação o sal mineral, 5,76%, mão de obra (4,69%), energia e combustível (4,54%) e sanidade, 3,76%. Somente o grupo reprodução apresentou deflação, de 1,28%.

Futuro – Para 2021, mesmo com a previsão de uma safra recorde de grãos, o que poderia aumentar a oferta dos produtos e reduzir o custo com os alimentos concentrados, a tendência ainda é de preços firmes e custos nos mesmos patamares dos vistos em 2020. Por isso, é importante que o produtor tenha uma boa gestão. 

“Apesar dos custos do leite terem subido 24,63% em 2020, os preços pagos pelo litro de leite aumentaram 56,7%, o que ainda garantiu uma margem ao produtor. Para este ano, a tendência, a princípio, é de sustentação dos custos nos patamares de 2020. Porém, já houve redução do preço do leite. Como o produtor não consegue interferir na cotação do produto, é importante ter uma gestão eficiente dos insumos e ser eficiente, reduzindo os desperdícios”, disse Manuela.

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