É certo que não existe nenhuma restrição legal expressa, ou oficial, ao consumo de mel natural, de abelhas, na merenda escolar. Mas haveria limites, muito bem determinados. Ainda assim, não vemos o mel sendo consumido na merenda escolar, em nenhuma medida.
Segundo a Nota Técnica nº 1879810/2020/COSAN/CGPAE/DIPAE, da lavra do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, até mesmo o consumo limitado de doces naturais, ou regionais, não industrializados, estaria autorizado nas escolas de Ensino Fundamental, exceto creches, em até duas vezes por semana (item 4.27 da Nota Técnica).
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Na pior das hipóteses, o consumo limitado de mel poderia estar incluído nessa categoria, ainda que, na verdade, o mel seja um alimento de qualidade superior a qualquer doce. Possuindo inúmeras qualidades terapêuticas, ou alimentares, que nenhum doce tem. E essa é uma noção que remonta há séculos, estando presente até mesmo na Bíblia Sagrada.
Se nos dermos ao trabalho de pesquisarmos na mais respeitada enciclopédia do mundo, a Britannica (EncyclopediaBritannica, Vol. V, 15 TH Edition, Londres, pp. 111), veremos que o verbete dedicado ao mel (no caso, Honey) se desdobra em muitos outros, demonstrando a dimensão e importância do tema. Uma das primeiras menções destaca os benefícios medicinais do mel, utilizado desde a antiguidade.
Era usado, até mesmo, como um dos ingredientes para o embalsamamento das múmias egípcias e como produto natural de largo consumo, nas principais civilizações da antiguidade. A publicação destaca, também, passagem bíblica que menciona uma terra onde jorrava “leite e mel”, como uma representação paradisíaca.
Se compulsarmos uma obra popular, já clássica, sobre Medicina natural (Balbach e Barin, “As frutas na medicina natural”, 1ª edição, Editora Missionária, 1992, pp. 262 e subsequentes), veremos as múltiplas utilizações do mel no mundo moderno: possuiria propriedades anti-inflamatórias, bactericida, coadjuvante no tratamento das afecções gastrointestinais, garganta e boca, das vias respiratórias, além de se constituir em alimento poderoso, dotado de vitaminas e de propriedades estimulantes, combatendo a fadiga, por exemplo.
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Por essas e por outras razões, lanço aqui um questionamento, a todos, que veem no mel um produto que poderia ajudar na merenda escolar: por que não?