Queijo artesanal de Porteirinha recebe Selo Arte do IMA

24 de março de 2021 às 0h26

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A expectativa é de que outros produtores da região busquem legalizar suas queijarias | Crédito: Divulgação

Autorização para comercializar em todo o território nacional. É o que o Selo Arte, concedido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), permitirá à Rubi Queijaria, no município de Porteirinha, no Norte de Minas. A legalização para produzir Queijo Minas Artesanal exigiu paciência e dedicação do casal Regino Rodrigues da Silva e Rubnei Santos Gomes.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), deu assistência técnica aos produtores e atuou no processo em parceria com a prefeitura de Porteirinha e outras entidades.

Essa história teve início há quatro anos, quando Regino e Rubnei se casaram. Na época, Regino já produzia queijo. O leite para a produção vinha do gado de corte da propriedade ou adquirido de outros produtores.

A mudança para produzir Queijo Minas Artesanal foi sugerida pela Rubnei. Além de ler sobre o assunto, a produtora também participou de visitas técnicas a regiões produtoras, como a Canastra. “Conversei com os técnicos da Emater. Eles explicaram que o Queijo Minas Artesanal tem uma legislação aprovada e que poderíamos vender para todo o Estado. Além de melhorar a qualidade do produto, percebemos que o mercado é bem melhor”, conta.

A antiga queijaria foi então toda reformada para atender à legislação. “Para conseguir o Selo Arte, os produtores cumpriram diversas exigências, como seguir as boas práticas agropecuárias de fabricação, cuidar da sanidade do rebanho e qualidade da água. E agora eles podem comercializar seu produto em todo o território nacional”, anuncia o fiscal do IMA, Lucas Soares.

A partir da reforma, houve, por exemplo, implantação de um novo fluxograma para a entrada de leite e saída do queijo e reorganização das salas de produção e maturação. Por dia, a queijaria produz 15 queijos de um quilo. As peças são vendidas após 22 dias de maturação.

Para a reforma, os produtores recorreram ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o financiamento foi feito no Banco do Brasil. “Percebemos que eles queriam trabalhar com as boas práticas de fabricação e produzir um produto de mais qualidade. O Pronaf tem um papel socioeconômico importante, pois viabiliza recursos para o produtor melhorar a sua produção e sua qualidade de vida, além de movimentar a economia local”, afirma o gerente da instituição financeira em Porteirinha, Daniel Cardoso Rodrigues.

A adequação da queijaria foi acompanhada de perto pelos técnicos da Emater-MG, que também orientaram os produtores sobre as boas práticas de fabricação. Segundo o extensionista Diogo Franklin, as adequações visam favorecer a higiene do ambiente, matéria-prima, produtos e as boas práticas de fabricação.

“Busca-se evitar a contaminação cruzada (que matéria-prima e utensílios entrem em contato com os produtos processados) e o bem-estar dos trabalhadores, gerando conforto térmico e menos uso da força física”, explica.

Regino e Rubnei fabricam 15 queijos de um quilo por dia na Rubi | Crédito: Divulgação

Certificação

Após as adequações, a Emater-MG encaminhou ao IMA as plantas baixas (curral, queijaria) e o memorial descritivo de construção e econômico-sanitário da queijaria, com o detalhamento das estruturas físicas e do processo de produção.

A produção leiteira da propriedade também teve de passar por modificações para que a Rubi Queijaria recebesse o Selo Arte. As obras começaram do zero, com a construção do curral grande (para animais adultos), o curral pequeno para os bezerros, sala de espera e ordenha, um local para armazenamento de ração e medicamentos. Os técnicos também auxiliaram os produtores na aquisição de matrizes meio sangue e registradas para dar mais qualidade na produção de leite.

“Trocamos o nosso rebanho para animais com melhor qualidade genética, voltados para a produção leiteira. Atualmente são 14 vacas em lactação. Também fizemos um financiamento para estas mudanças”, conta Rubnei.

Conquista para a região

Com a obtenção do Selo Arte, que permite a venda para outros estados de produtos alimentícios artesanais, o casal espera conquistar novos mercados. Segundo eles, propostas de redes de supermercados de outras regiões, inclusive da capital mineira, já estão chegando. “Isso é muito importante. A gente conseguiu provar que aqui na região se faz queijo de qualidade. Acho que vamos servir de estímulo para outros produtores”, diz a produtora.

A Rubi Queijaria é a primeira da Serra Geral a obter o selo. A região foi identificada como produtora de queijo artesanal, em 2018, pelo IMA, a partir dos estudos técnicos realizados pela Emater-MG. A região é composta por 17 municípios: Catuti, Espinosa, Gameleiras, Janaúba, Jaíba, Manobas, Matias Cardoso, Montezuma, Mato Verde, Monte Azul, Nova Porteirinha, Pai Pedro, Porteirinha, Riacho dos Machados, Santo Antônio do Retiro, Serranópolis de Minas e Verdelândia.

A expectativa é que outros produtores, a partir da experiência bem-sucedida da Rubi Queijaria, busquem a legalização de seus estabelecimentos junto ao IMA. Para isso, tem sido desenvolvido um trabalho conjunto entre a prefeitura de Porteirinha, Associação de Produtores de Queijo da Microrregião da Serra Geral (Aproqueijo), Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Porteirinha (Aciporti), Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha, Emater-MG, IMA, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Universidade Estadual de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais e Banco do Nordeste. (Com informações da Emater-MG)

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