A multinacional de embalagens Ardagh Group, com sede em Luxemburgo, confirmou a instalação de duas fábricas em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Terceira maior fabricante de latas de alumínio do mundo, a empresa vai investir cerca de R$ 2,4 bilhões nas novas unidades para produzir latas e vidros no Estado. As obras terão início no terceiro trimestre deste ano e a estimativa é que sejam concluídas em 2023. Já os empregos diretos podem chegar a 600.
Em solenidade para anunciar os aportes, o CEO da Ardagh Metal Packaging (AMP) Brasil, Jorge Bannitz, atribuiu a escolha de Juiz de Fora à localização e à estrutura oferecidas pela cidade. O projeto visa à instalação de novas unidades com objetivo maior de expansão das operações do grupo no Brasil.
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“Juiz de Fora foi escolhida estrategicamente para ampliar a presença da Ardagh na região Sudeste, que é um importante mercado em contínua expansão. É a quarta cidade mais populosa do Estado; tem localização privilegiada e apresenta toda a infraestrutura necessária para o porte de um empreendimento moderno e ambicioso, como o que estamos anunciando. Outro aspecto é a viabilidade da construção de um terminal ferroviário neste polo, utilizando a linha ferroviária adjacente. O modal poderá ser utilizado para o recebimento de matérias-primas e o transporte de produtos acabados da Ardagh”, afirmou Bannitz durante a solenidade.
Ainda conforme o executivo, nesta primeira fase, a fábrica de latas receberá duas linhas de produção, podendo atingir a capacidade de três bilhões de latas de alumínio por ano. Já a planta de embalagens de vidro contará com dois fornos na sua primeira fase e está desenhada para produzir mais de 200 mil toneladas de vidro ao ano. Vale dizer que esta será a primeira unidade de embalagens de vidro da multinacional no Brasil.
Juiz de Fora atrai investimentos
A prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), enfatizou o início de um novo ciclo de desenvolvimento na cidade, ancorado pela atração de empreendimentos industriais sustentáveis e pelo trabalho que vem sendo realizado pelo Executivo municipal. Segundo ela, há outras tratativas em andamento com empresas que também desejam se instalar na região e que se tornarão públicas tão logo seja possível de forma a não atrapalhar os negócios.
“Temos um compromisso muito claro com a retomada do desenvolvimento da cidade, sob uma perspectiva contemporânea e sustentável e não apenas com setores tradicionais, mas também renovando os focos produtivos. A cidade conta hoje com dois APLs (Arranjo Produtivo Local) bem estruturados: um de confecções e outro cervejeiro, mas buscamos ampliar o leque, trazendo, inclusive, capital externo. Entendemos que a cidade tem um capital humano extraordinário e inovador que funciona como mais um diferencial competitivo neste processo de atração”, define.
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Segundo Margarida Salomão, a Prefeitura ofereceu como contrapartida alguns incentivos fiscais como a isenção de 2% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pelo prazo de 10 anos e 2% sobre o valor do total sobre o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
Além disso, a prefeita detalha que o terreno a ser ocupado pela unidade fabril de latas está localizado no Distrito Industrial II, possui área de 260 mil metros quadrados e contará com 130 mil metros quadrados de área construída para a produção e estoque. No caso da fábrica de vidros, o terreno também está no Distrito Industrial II e conta com cerca de 130 mil metros quadrados. Neste caso serão aproximadamente 70 mil metros quadrados de área construída.
Vale dizer que o DIÁRIO DO COMÉRCIO antecipou informações sobre o empreendimento no mês passado. Na época, uma fonte próxima às negociações disse que a empresa já havia concluído a compra de parte do terreno da Mercedes-Benz para a construção das plantas e que o comunicado oficial dependeria apenas de ajustes na negociação com o governo mineiro.
A Ardagh Metal Packaging é uma das líderes na produção e venda de embalagens de alumínio para bebidas e possui três unidades de produção no Brasil. Há fábricas de latas em Jacareí (SP) e Alagoinhas (BA) e uma fábrica de Tampas de Manaus (AM). As negociações para a vinda para Minas Gerais, segundo a fonte que pediu anonimato, duraram meses.