Atividades não essenciais serão retomadas em BH

20 de abril de 2021 às 0h30

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Os shopping centers poderão funcionar de segunda-feira a sábado, entre 10 e 21 horas, em Belo Horizonte | Crédito: Luciana Montes

Os chamados serviços não essenciais, sem funcionar presencialmente em Belo Horizonte desde a primeira semana de março, poderão novamente abrir as portas na capital mineira a partir de quinta-feira (22), conforme anunciado ontem pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). A diminuição dos números relacionados à Covid-19 foi apontada como motivo para a decisão de reabertura das atividades.

Conforme o último boletim epidemiológico, a taxa de transmissão da doença está em 0,90, a ocupação de leitos de UTI para Covid está em 81,1% e a de leitos de enfermaria chegou a 58,9%.

“Temos o conforto de nos dar esse tipo de abertura. A intermitência de abre e fecha não acaba se não houver disciplina”, destacou Kalil, durante entrevista coletiva realizada ontem.

Com a decisão de reabertura das atividades, bares e restaurantes poderão funcionar presencialmente de 11h às 16h, de segunda a sábado, comercializando bebida alcoólica. O comércio varejista poderá abrir as portas também de segunda a sábado, de 9h às 20h, e as lojas de shoppings de 10h às 21h.

Escolas de educação infantil voltarão às aulas presenciais a partir do dia 26 de abril, para crianças de zero a cinco anos e oito meses. Cultos e missas também estarão liberados, mas tendo em vista o distanciamento (uma pessoa a cada sete metros quadrados).

A Feira Hippie, parques recreativos, clubes, museus e teatros, por sua vez, permanecem fechados, por ora.

Durante a entrevista coletiva, o médico infectologista Carlos Starling, membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, destacou ainda que as aglomerações familiares são um ponto crítico e que o Dia das Mães, em maio, é uma preocupação. Ele lembrou que, caso cuidados não sejam tomados, problemas relacionados ao contágio da doença, como os enfrentados após o Natal do ano passado e o Ano Novo, poderão se repetir.

Repercussão – A reabertura das atividades na capital mineira foi vista com bons olhos pelos setores consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, embora existam algumas ponderações sobre restrições que ainda permanecem.

Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel MG), Matheus Daniel ressalta que o retorno é algo importante. Entretanto, ele diz que o horário de funcionamento permitido para o segmento (de 11h às 16h) tira toda a possibilidade de ganhos de uma parte relevante dos bares e restaurantes da capital mineira, cujas operações são focadas no período noturno.

“Não deixa de ser um avanço, mas a restrição tira toda a possibilidade de ganhos de uma parte do setor. Em março, 90% dos estabelecimentos não conseguiram pagar os salários dos funcionários, e a tendência é piorar”, diz ele.

Além disso, afirma Matheus Daniel, a abertura aos domingos também é importante para o segmento, uma vez que é o dia em que o ticket médio é mais elevado, mas não foi liberada.

Superintendente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (Aloshopping), Alexandre França também diz que a reabertura das atividades foi relevante, mas o segmento ainda tem muitos desafios pela frente.

Primeiramente, diz ele, era esperado que a reabertura das atividades ocorresse no máximo amanhã (21), por ser feriado e, assim, seria um bom dia para as vendas. Além disso, afirma ele, os lojistas estão reabrindo as portas em uma situação difícil, sem capital e com dificuldades para pagar os funcionários.

O fato de a parte do entretenimento, como cinemas, ainda não estar funcionando, afirma ele, também acaba interferindo nas comercializações, diminuindo as chamadas vendas por impulso.

“Esperamos que não feche mais. Cada dia que passa, mais pessoas estão sendo vacinadas. Vamos recuperar as vendas aos poucos”, diz ele.

Situação econômica será o próximo desafio

O comércio também tem pela frente outro desafio, conforme destaca o presidente do Sindicato de Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas BH), Nadim Donato: a situação econômica atual.

“A reabertura é essencial, mas vai ser um ano muito difícil. Há muito endividamento, muito desemprego”, diz ele.

Por meio de nota assinada pelo presidente Marcelo de Souza e Silva, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) destacou que já estava esperando o anúncio de reabertura.

“O que surpreendeu foi não ser permitido já amanhã, uma vez que o comércio já está reaberto em várias cidades vizinhas de Belo Horizonte. Lamentamos que após 13 meses de pandemia ainda não haja uma ação sintonizada entre os municípios”, diz o conteúdo, que também ressalta que o comércio está seguindo todos os protocolos de segurança.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) se posicionou dizendo que “é favorável à reativação gradual e segura das atividades econômicas em Belo Horizonte” e que “a decisão é imprescindível para os empresários e a sociedade, que precisam manter empresas e empregos na Capital. Caso a decisão da PBH caminhasse no sentido oposto, a situação do comércio de bens, serviços e turismo na cidade se agravaria, penalizando o empresário, que não conseguiria mais arcar com suas obrigações financeiras”.

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