Capacitação e atualização são prioridades
7 de julho de 2018
Desenvolver competências e manter os profissionais atualizados não são apenas ideais na Fiat Chrysler Automobiles (FCA), mas prioridades que demandam investimentos indissociáveis de outros departamentos da empresa. A ideia de alçar a educação como um de seus pilares levou a Fiat a criar, em 1995, o Isvor, universidade corporativa do grupo, localizada em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Referência em consultoria e desenvolvimento de competências, o instituto acabou se emancipando da empresa, atendendo também ao mercado externo com seu know how em educação corporativa e tornando-se autossustentável financeiramente. É o que explica a superintendente do Isvor, Márcia Naves. “Temos cerca de 98 profissionais no instituto e mais ou menos 350 consultores em nossa carteira, aplicados em diversos temas, desde conhecimento sobre o automóvel até gestão estratégica. Hoje, atendemos às empresas do grupo, principalmente a FCA, e também ao mercado fora da empresa, ao qual oferecemos consultoria em educação de diversos temas. Esses clientes externos significam 10% do nosso faturamento”, conta. Segundo ela, a ideia da universidade corporativa não é só capacitar e embutir novos conhecimentos, mas também manter os líderes das corporações atualizados. “Nosso papel fundamental é trazer ar novo, conexão com o futuro. Nas empresas, temos líderes tomando decisões todos os dias e nosso papel é mostrar o que está acontecendo no mundo, para onde ele está caminhando. Tradicionalmente, as universidades corporativas nascem para atender às competências de determinadas estratégias, mas o nosso papel vem até mesmo antes da definição da estratégia, ajudando a organização a tomar decisões a partir do âmbito do repertório”, explica. Alunos não pagam – As ações desenvolvidas pelo Isvor ao atender funcionários e líderes da própria Fiat não geram custos para os alunos, já que o instituto entende que é responsável por mantê-los atualizados. Diferentemente de uma universidade tradicional, o Isvor não funciona como uma graduação por períodos, mas, sim, por demanda. “Há um diálogo muito grande com o RH e demais áreas que são responsáveis pelo desenvolvimento de pessoas dentro da organização. Então, nós somos chamados para desenhar programas de acordo com as necessidades do setor. Por exemplo, alunos que chegam de um programa de estágio vão precisar entender nossa cultura, nossos processos, e entramos aí com essa capacitação”, exemplifica Márcia.
Com cerca de 98 profissionais e 350 consultores na carteira, o Isvor atende não só às empresas do grupo, mas também ao mercado fora da empresa
Boa parte do público externo são as concessionárias, atendidas por metodologias de educação que nascem de um trabalho conjunto e empático, conforme explica a superintendente do Isvor. “A gente trabalha com o conceito de educação corporativa, trazendo o desenvolvimento de competências necessárias. Se vamos implementar determinada mudança na organização, precisamos capacitá-la para algum processo ou produto. Então, as áreas responsáveis nos fazem esse briefing para desenvolver a metodologia. Para explicar melhor, é como se fossemos os guardiões da metodologia”, conclui. Além de cursos e programas desenvolvidos sob demanda, o Isvor oferece workshops, oficinas e palestras. FABLAB INCENTIVA GERAÇÃO DE TECNOLOGIA Construído no Isvor, o Fab Lab, espaço onde profissionais de diversas áreas se reúnem para realizar projetos de fabricação digital de forma colaborativa, dá ares pioneiros à organização, uma vez que a FCA é a primeira empresa no País a ter um laboratório dentro de sua universidade corporativa. A ideia é incentivar as pessoas a materializarem suas ideias com o uso de tecnologias como a impressão 3D e o corte a laser. “No Fab Lab, trabalhamos as mudanças de modelos mentais trazidos pela tecnologia. Viemos de uma era em que o modelo mental era diferente. Hoje, temos que ter uma consciência maior do que está acontecendo, e todos esses conceitos a gente tem que trazer e trabalhar também com os nossos executivos. O futuro tem que ser construído, e, neste mundo de mudanças muito rápidas, a gente não sabe fazer sozinho, não temos todas as respostas. Vamos ter que trabalhar a experimentação, a tolerância ao fracasso”, explica a superintendente do Isvor, Márcia Naves. Superintendente do Isvor, Márcia Naves diz que o FabLab permite trabalhar a experimentação Quatro personas – As principais linhas de desenvolvimento do laboratório foram baseadas em quatro personas: o “explorador” (pioneirismo de novas fronteiras), o “maker” (aproveitando a tecnologia para melhoria contínua), o “hacker” (encontrando alternativas radicalmente diferentes) e o “networker” (conectando as pessoas e ideias conforme necessário). Dentro desses perfis e com o mote de desenvolver habilidades e competências necessárias para a atuação na economia digital, o Fab Lab atende às empresas do grupo FCA, mas também abre o espaço para a comunidade geral. (JB) FUNCIONÁRIOS DISPÕEM DO GAME PLANTX PARA TREINAMENTO Implantado no fim de 2017, o PlantX, game desenvolvido pela FCA em parceria com uma startup de Recife, voltado exclusivamente para os funcionários do grupo na América Latina e, portanto, disponível em espanhol e em português, já foi baixado 8 mil vezes. O público-alvo é formado pelos funcionários do setor de manufatura, como montadores, operadores e chefes. O aplicativo, que pode ser baixado no celular, tablet ou computador, é comumente utilizado pelos funcionários em seu tempo livre e pelo celular, e não é obrigatório, mas as campanhas de incentivo da empresa, que incluem até premiações, ajudaram a tornar o game popular, como mostra o número de downloads feitos em cerca de seis meses. Sobre as habilidades desenvolvidas com o jogo, o analista de Engenharia de Manufatura da FCA para a América Latina, Miguel Lorenzini, explica: “É uma ferramenta de treinamento que desenvolvemos para trabalhar o poder de decisão dos funcionários, porque precisamos de pessoas com técnica, mas também com um comportamento inovador”. Como o nome sugere, o PlantX é a simulação de uma planta, uma espécie de mapa da fábrica da Fiat, onde o jogador precisa investigar e solucionar problemas. “Mapeamos alguns problemas de eficácia que são reais para a FCA e colocamos como desafio no jogo, como o uso de energia, que traz grandes gastos para a empresa, e as atividades que não agregam valor, como transporte de material de um lado para o outro”, exemplifica. Indústria 4.0 – Valendo-se de alguns preceitos da Indústria 4.0, o game funciona de forma que o jogador assume o papel de gerente da planta e, em turnos produtivos simulados, o processo de fabricação de um carro é acompanhado em todas as etapas. Ao fim de uma jornada de trabalho, um relatório é gerado para que o jogador possa investigar os problemas e encontrar soluções com foco na melhoria contínua. O desenvolvimento do PlantX faz parte dos pilares do World Class Manufacturing (WCM), metodologia que abrange todos os aspectos da manufatura (posto de trabalho, qualidade, manutenção e logística) e é aplicada em todas as fábricas da FCA no mundo, que compartilham entre si as melhores práticas, sendo a maior parte delas nascida a partir de sugestões dos próprios funcionários. O game está constantemente sujeito a melhorias e ajustes, de acordo com o feedback dos jogadores. (JB) PRÊMIO DE EDUCAÇÃO ESTIMULA DEPENDENTES DOS EMPREGADOS Ainda como parte dos pilares da empresa em educação, a FCA criou, em 1997, o Prêmio de Educação, no qual mais de 2 mil estudantes já foram beneficiados, totalizando um investimento de R$ 9 milhões na área. Trata-se de um incentivo a filhos e dependentes de funcionários para buscarem se destacar nos estudos. Formatada para ser um programa de desenvolvimento acadêmico, a iniciativa premia os alunos que se destacam com as melhores notas no Ensino Médio, Técnico e Superior. Só no ano passado, na 21ª edição do prêmio, 100 formandos do Ensino Médio receberam R$ 4 mil cada um e outros 30 formandos universitários receberam R$ 8 mil. Para a seleção dos premiados, sempre filhos de empregados do Polo Fiat e de outras unidades da FCA e CNH Industrial, são avaliados os históricos escolares e a nota média obtida ao longo dos cursos. Confiança – A FCA conta ainda com a chamada carta de indicação, uma ferramenta que salienta a confiança depositada em seus profissionais. É por meio desse documento que os funcionários do Polo Fiat têm a oportunidade de indicar uma pessoa de confiança, como um familiar, vizinho ou amigo, para concorrer a uma vaga na empresa.

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