Comércio da região é formado por 73% de MPEs

28 de setembro de 2018 às 0h05

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Supermercados, hipermercados, de produtos alimentícios, bebidas e fumo são maioria das MPEs do Alto Paranaíba - CREDITO: CHARLES SILVA DUARTE

Estudo da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) sobre o Alto Paranaíba mostrou que 73% dos estabelecimentos comerciais da região são micro e pequenas empresas (MPEs), prevalecendo as do segmento de supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (24,3%). O levantamento apontou ainda que apenas 7,5% das empresas regionais participam do comércio exterior e 20,8% dos entrevistados apontaram a elevada carga tributária do País como a principal dificuldade para o desenvolvimento do comércio local. A região responde por 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

O coordenador do Departamento de Economia da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, explicou que a carga tributária elevada atrapalha o comércio em duas frentes. “O primeiro impacto é de maneira direta, sob a forma dos impostos que o empresário tem que arcar. O segundo é indireto, via consumidor, que também paga impostos e acaba ficando com menor disponibilidade de recursos para gastar no varejo”, afirmou.

No âmbito do ramo de atuação, além do segmento de supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com participação de 24,3%, a pesquisa mostrou que os estabelecimentos que atuam no segmento de tecidos, vestuário e calçados respondem por 21% do total e as de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, por 18%. A maior parte (58,7%) tem de 10 a 50 anos de mercado.

Impactos da crise – O levantamento mostrou que os empresários do comércio do Alto Paranaíba, assim como nas outras regiões já pesquisadas (Rio Doce, Triângulo Mineiro e Sul de Minas), sentiram os impactos negativos da crise econômica. Os reflexos prejudicaram os negócios para 71% dos entrevistados, com destaque para a queda na receita de vendas (90,5%), aumento da inadimplência (7%) e redução do fluxo de clientes (3,9%).

Ainda assim, conforme o estudo, os investimentos foram mantidos por 91% das lojas. Nos últimos 12 meses, foram destinados recursos para publicidade e propaganda (73,5%), segurança (72,8%), tecnologia da informação (69,8%), capacitação de funcionários (69%) e logística (58,3%). Para o economista da Fecomércio MG, o resultado indica que as empresas estão atentas às mudanças do mercado e à necessidade de não paralisar investimentos em um setor tão concorrido.

“Isso (investimentos) é imprescindível para manter a competitividade. Chamam a atenção, no entanto, os gastos com segurança, que acabam obrigando o empresário a reduzir os aportes em qualificação, mix de produtos e inovação, por exemplo”, avaliou o economista.

No Alto Paranaíba, a pesquisa mostrou que a atuação no comércio exterior ainda é baixa, com apenas 7,5% das empresas atuando nesse nicho de mercado, sendo que 86,7% destas trabalham com a importação de bens de outros países. O motivo para a baixa adesão, embora a região seja importante exportadora em outros setores, é a falta de interesse/necessidade (34,71%) e o fato de os proprietários julgarem que a loja ainda é pequena ou nova no mercado (21,31%). “Abrir as portas ao comércio global gera market share e amplia a competitividade, pois diversifica as formas de atuação. No entanto, essa questão é pouco explorada nas empresas mineiras”, argumentou.

Além da elevada carga tributária, apontada por 20,8% dos varejistas locais como o principal entrave para o setor, a economia informal foi citada por outros 19,8%, de acordo com o levantamento.

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