Com forte vocação industrial, Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, vem cada vez mais diversificando sua economia por meio da atração de investimentos em diferentes setores.
As atividades de comércio e serviços ganham maior representatividade, assim como o setor de logística, em função, principalmente, da localização privilegiada da cidade. Como forma de ancorar e consolidar esses segmentos, a Prefeitura de Contagem tem apostado em projetos de infraestrutura e mobilidade.
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O plano de investimentos soma cerca de R$ 1 bilhão e vai até 2024. Entre as intervenções, estão os projetos do Complexo do Maracanã, do camelódromo no Projeto do Boulevard e da contenção de enchentes na margem do córrego Ferrugem. Apenas em mobilidade estão sendo aplicados R$ 600 milhões. Principal exemplo é o pacote da avenida Maracanã, que abarca ações em saneamento e mobilidade urbana. A obra vai proporcionar a integração das regiões de Vargem das Flores e Sede, reduzir significativamente o tempo de deslocamento de quem passa pela região e retirar o volume expressivo de tráfego do centro da cidade, beneficiando diretamente 220 mil pessoas que atravessam Contagem diariamente.
Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, a prefeita Marília Campos (PT) falou da importância da alocação de recursos públicos em infraestrutura tanto para o bem da população quanto para a atração da iniciativa privada. Mas os esforços da Prefeitura de Contagem não param por aí. A líder do Executivo municipal defende investimentos também na educação e na modernização da administração pública, em vistas de manter a competitividade do município.
“As obras estruturantes que estamos desenvolvendo ajudam muito a atrair grandes e importantes empreendimentos. Mas acreditamos que a educação também é fundamental e pretendemos, até o ano que vem, transformar digitalmente todas as nossas escolas. Essa informatização também está acontecendo na saúde, com a digitalização dos prontuários. E também na integração entre as unidades de atendimento, e na própria prefeitura, especialmente na parte de licenciamentos”, explica.
Estas e outras ações, conforme a prefeita, foram fundamentais para a efetivação do Inova Parque, empreendimento que vai demandar R$ 1,3 bilhão em investimentos. O empreendimento reúne projetos de mobilidade urbana, área verde, localização privilegiada, comércio, área residencial, lazer e serviços. Localizado em um terreno de 317 mil metros quadrados, na avenida João César de Oliveira, além de imóveis residenciais, contará com shopping centers, supermercado, escola e hospital. Serão 320 mil metros quadrados construídos em equipamentos urbanos.
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“O Inova Parque é um empreendimento muito importante para Contagem não apenas por aquilo que traz, mas pelo o que pode inspirar outras empresas a fazer”, disse.
Prefeitura de Contagem aposta na diversificação econômica
Em relação aos setores, Marília Campos citou a localização privilegiada, na proximidade com a capital Belo Horizonte e no corredor para grandes centros. Por essa característica, a cidade tem sido procurada para instalação de CDs (centros de distribuição) de grandes empresas ou operadores logísticos. E falou que as atividades de comércio e serviços também estão fortalecidas, justamente, pela melhora da infraestrutura local.
Ela também ressaltou o movimento de descentralização que tem ocorrido junto às indústrias. “A cidade conta hoje com cinco DIs (distritos industriais), mas muitas empresas estão se deslocando por conta desse movimento de descentralização. Não é nem porque Contagem não oferece condições, mas pelas políticas públicas do Estado, que oferece incentivos de ICMS para determinadas regiões”, justificou.
Rodoanel
A prefeita também falou sobre o projeto do Rodoanel Metropolitano, projeto do governo de Minas que promete dar vazão ao trânsito do Anel Rodoviário, cujo leilão está agendado para a próxima semana, no dia 12, na B3. Tanto a prefeitura de Contagem quanto a de Betim, também na RMBH, são contrárias ao traçado proposto pelo Executivo estadual. A justificativa é que, nos moldes atuais, o projeto poderá causar impactos urbanísticos, sociais e ambientais de bilhões de reais e até crise hídrica.
“Temos a convicção de que o traçado precisa ser mudado. Entramos com uma representação no Ministério Público, que está agindo em função dessa representação. Assim, o governo apresentou o projeto pela primeira vez a comunidades e povos tradicionais que poderão ser afetados e o MP propôs a criação de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) para que o Estado ouça e procure atender às demandas pós-leilão. Mesma postura que o Tribunal de Contas teve com relação às nossas reivindicações. Ou seja, não conseguimos nada de concreto, mas um compromisso de que seremos respeitados na opinião que estamos emitindo”, explicou.