Investimento em TI atinge US$ 1,3 bi em Minas Gerais

28 de agosto de 2018 às 0h05

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Minas Gerais investiu US$ 1,3 bilhão em softwares e serviços de tecnologia da informação (TI) em 2017, ocupando a quinta posição entre os estados com maior participação nesse mercado no Brasil. O levantamento, que foi divulgado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), na última semana, trouxe os investimentos por estado pela primeira vez e, por isso, não há base de comparação com pesquisas anteriores. Para representantes do setor em Minas Gerais, apesar de o Estado estar entre os que mais investiram, a posição de quinto lugar fica aquém do seu potencial.

De acordo com o estudo, os investimentos em softwares em Minas Gerais somaram US$ 626 milhões em 2017, enquanto que o investimento em serviços de TI foi de US$ 682 milhões. Juntos, os setores receberam US$ 1,3 bilhão de investimento, o que representa 7% do que foi investido no Brasil. Antes de Minas Gerais aparecem no ranking os estados de São Paulo, com 40,42% de participação; Rio de Janeiro com 13,66%; Mato Grosso do Sul, com 13%; e Distrito Federal com 8,75%.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado de Minas Gerais (Sindinfor), Wellington Teixeira Santos, apesar de ter um “PIB respeitável no setor softwares e serviços de TI”, Minas Gerais tem potencial para estar em posições mais altas no ranking de estados com maiores investimentos nesse mercado. “Onde há tecnologia há movimento da economia, então se o PIB de Minas Gerais representa 10% do PIB do Brasil, o setor de software e serviços de TI tinha que acompanhar esse indicador”, afirma.

Ele chama a atenção para a grande representatividade de São Paulo nesse mercado e lembra que é lá que estão as grandes companhias consumidoras de softwares e serviços. “Como Minas Gerais ainda tem uma economia baseada na agricultura e na mineração, perdemos representatividade no consumo de software. É por isso que as entidades que representam o setor aqui no Estado estão sempre brigando para a atração de empresas de valor agregado”, afirma.

O vice-presidente da Assespro-MG, Presleyson Lima, também acredita que Minas Gerais tem motivos de sobra para subir no ranking de participação dos estados no setor brasileiro de software e serviços. Ele afirma que “São Paulo é quase um país a parte” e que não há base de comparação com esse mercado, mas destaca que Minas Gerais pode brigar pela terceira posição. “O setor de startups é um dos destaques de Minas Gerais e precisamos aproveitar esse diferencial. É preciso investir em estratégias para reter talentos e impedir que eles migrem para outros ambientes mais atrativos”, diz.

Entraves – O ambiente regulatório e a carga tributária também estão entre os principais entraves do setor em Minas Gerais, conforme os representantes do setor. Divulgada este mês, a sexta edição da pesquisa Indica TI, realizada pelo Sindinfor e pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), mostra que a “elevada carga tributária” permanece em primeiro lugar entre os problemas mais relatados pelos empresários do setor. O problema é apontado como o principal do segmento em todas as edições da pesquisa até o momento.

“Além da pesada carga tributária ainda há um ambiente de insegurança, pois o setor é assombrado pela dúvida sobre a cobrança de ICMS ou ISS sobre o software. Outros estados mais atentos como São Paulo e Santa Catarina já definiram essa questão, mas aqui em Minas Gerais ainda há essa dúvida. Dependendo da interpretação – se é produto ou serviço – o imposto pode variar de 2% a 18%”, afirma o presidente do Sindinfor.

De acordo com Santos, Minas Gerais tem cerca de 7 mil empresas de softwares e serviços de TI. Segundo ele, no último ano, o setor em Minas Gerais cresceu cerca de 1,5% em relação a 2016 e a expectativa é que em 2018 o desempenho do segmento seja igual ao do ano passado. A última edição da pesquisa Indica TI mostra que os empresários de TI estão cautelosos. O índice de confiança marcou 49,8 pontos em julho de 2018, o que significa um recuo de 8 pontos frente ao apurado em outubro de 2017 (57,8 pontos).

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