IPCA na RMBH registra alta de 0,46% em novembro, diz o IBGE

7 de dezembro de 2019 às 0h18

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O aumento de 10,03% no preço da carne pressionou a inflação oficial na RMBH - Crédito: Paulo Whitaker/Reuters

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou incremento de 0,46% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em novembro. Os dados foram divulgados na sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a entidade, o número representa o nono maior resultado mensal entre as 16 áreas pesquisadas. No Brasil, a variação mensal atingiu 0,51%.

A variação acumulada em 12 meses na RMBH, por sua vez, foi de 3,13%, sétimo menor resultado entre as áreas que foram contempladas pelo estudo do IBGE. No Brasil, esse índice foi de 3,27%.

O coordenador da pesquisa em Minas Gerais, Venâncio da Mata, afirma que pode se dizer que a carne foi uma das grandes vilãs da alta registrada no último mês.

Para se ter uma ideia, o produto apresentou aumento de 10,03%. Junto ao feijão-carioca, que teve alta de 11,83%, os itens contribuíram para que o grupo de alimentação e bebidas tivesse o maior avanço positivo entre os grupos pesquisados, de 1,09%, impactando o índice geral em 0,23 pontos percentuais.

“A carne é um produto bastante consumido pelas famílias, o que causou um impacto grande nos números”, destaca Venâncio da Mata.

Já o subgrupo alimentação fora do domicílio teve incremento de 0,60%. Dentro disso, os lanches apresentaram alta de 2,60%, com impacto de 0,06 pontos percentuais.

Já as quedas nos alimentos foram registradas no tomate (-17,81%), com impacto de -0,03 pontos percentuais, batata-inglesa (-17,04%), com impacto de -0,04 p.p., banana-prata (-16,60%), com impacto de -0,04 p.p., e leite longa vida (-2,38%), com impacto de -0,03 p.p.

O grupo despesas pessoais teve aumento de 0,72% no mês passado e impacto de 0,07 p.p . Venâncio da Mata ressalta que o incremento se deve, principalmente, “aos jogos de azar (24,35%), que tiveram reajuste nos preços das apostas a partir do dia 10 de novembro”.

Habitação, por sua vez, teve variação positiva de 0,39%. O coordenador da pesquisa em Minas Gerais ressalta que contribuiu para esse aumento a alta da energia elétrica (1,70%), o que, em grande medida, foi influenciada pela mudança da bandeira tarifária amarela para vermelha patamar 1, de outubro para novembro, o que teve um impacto no índice de 0,07 p.p.

Já o aumento no plano de saúde (0,59%) foi o principal responsável pela alta de 0,31% no grupo saúde e cuidados pessoais.

O incremento em transportes, de 0,17%, por sua vez, teve influência do aumento do etanol (1,99%) e da gasolina (0,59%), que impactou o índice em 0,03 p.p.

Ano – A alta do IPCA de 0,46% em novembro foi uma das maiores do ano, conforme ressalta Venâncio da Mata. “O último número maior que esse foi registrado no começo de 2019, em fevereiro, quando o aumento do IPCA foi de 0,51%”, ressalta ele. “Já em outubro, o incremento foi de 0,17% e em agosto de 0,13%. Setembro apresentou queda de 0,18%”, salienta ele.

Índice tem a maior variação para o período em 4 anos

Rio e São Paulo – A inflação oficial do Brasil registrou aceleração em novembro e o resultado mais alto em quatro anos com forte impacto da alta dos preços das carnes, mas ainda permanece abaixo do centro da meta em 12 meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,51% em novembro após alta de 0,10% no mês de outubro, de acordo com os dados divulgados na sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse é o resultado mais alto para novembro desde 2015, quando o índice subiu 1,01%, e ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,46%.

Em 12 meses, a alta do IPCA chegou a 3,27%, de um avanço no mês anterior de 2,54%, e permanece abaixo do centro da meta oficial para 2019, de 4,25% pelo IPCA com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O resultado em 12 meses até novembro também ficou ligeiramente acima da expectativa, de 3,23%.

De acordo com o IBGE, o maior impacto individual foi exercido pelas carnes, cujos preços subiram 8,09%, exercendo impacto de 0,22 ponto percentual no IPCA de novembro. Isso levou o grupo Alimentação e bebidas a acelerar a alta a 0,72%, de 0,05% em outubro.

“As exportações de carne para a China continuam, o que mantém a demanda grande, e essa pressão vai continuar”, explicou o gerente da pesquisa Pedro Kislanov da Costa.

O Brasil, maior exportador global de carne bovina, está faturando com a maior demanda da China, mas os consumidores brasileiros estão por tabela pagando mais pelo produto nos açougues, enquanto frigoríficos têm sido pressionados a fazer ofertas recordes por bois nas fazendas.

“Mas apesar da pressão de carnes, o IPCA ainda está num patamar confortável e com espaço para ficar dentro do centro da meta”, completou Costa.

A maior variação no mês foi registrada por Despesas Pessoais, com alta de 1,24% em novembro ante 0,20% antes. O comportamento dos preços de Habitação também se destacou, ao deixar para trás uma deflação de 0,61% em outubro para alta de 0,71% em novembro.

Esse avanço de Habitação deve-se à alta de 2,15% da energia elétrica, uma vez que em novembro passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1.

Apesar do resultado mais forte em novembro, a inflação permanece fraca e não deve ser suficiente para mudar o movimento do Banco Central de corte de juros, já tendo sinalizado que adotará essa postura na última reunião do ano, em dezembro.

“No geral, acreditamos que esse resultado é consistente com o cenário base do Banco Central e corrobora corte de 0,50 ponto percentual (na Selic) este ano”, afirmou em relatório a XP Investimentos.

A autoridade monetária cortou a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual em outubro, a 5% ao ano, mas para além de dezembro a postura é de cautela em relação aos fatores que podem pressionar a inflação. (Reuters)

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