Marun: não insistir na reforma da Previdência foi o maior erro

28 de dezembro de 2018 às 0h05

Brasília – O ministro da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, avaliou ontem que o maior erro cometido pelo governo de Michel Temer foi não ter insistido na votação da proposta da Previdência na Câmara, mesmo com chance mínima de aprovação.

“O erro foi não termos votado mesmo sem a garantia de ganhar porque, assim, não obrigamos os indecisos a se posicionarem. (.. ) A derrota seria péssima mas acho que a pequena chance de vitória que existia, valia o risco”, afirmou o ministro em um café da manhã com jornalistas.
De acordo com ele, nas contas do governo faltavam cerca de 50 votos para que a reforma fosse aprovada e haviam 100 deputados indecisos. “Eu defendi a votação da proposta mas fui voto vencido. Os líderes partidários decidiram assim”, disse.

Marun, no entanto, minimizou a questão e afirmou que o mérito do governo Temer em relação a esta questão foi ter colocado a necessidade de uma reforma no setor na pauta política do País.

“A discussão é nacional. Hoje você vai em um bar e fala sobre a reforma da Previdência e ela só vai sair da pauta quando for votada”, afirmou. “Vejo hoje um maior reconhecimento das pessoas em relação a sua necessidade”, avaliou.

Para Marun, o próximo governo, de Jair Bolsonaro, deveria colocar a matéria em votação já no início do ano legislativo. “Eu vejo um certo e necessário empenho do próximo governo em aprová-la”, disse.
Já a maior vitória de Michel Temer na avaliação de Marun, foi a aprovação do teto de gastos públicos. “Isso foi o caminho para a recuperação econômica do País. Um governo nunca colocou limite para os seus próprios gastos”, disse.

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Oportunidade – Marun defendeu que as empresas brasileiras voltem a ser competitivas mundialmente após terem se “apequenado” com os escândalos da Lava Jato.

“A Lava Jato fez com que as nossas empresas se apequenassem a nível internacional. É um absurdo, por exemplo, o Catar estar construindo estádios (para a Copa do Mundo) e não estarmos participando” disse em café da manhã com jornalistas.

Para o ministro, a reconstrução da Síria, que está em guerra, é uma “boa oportunidade” para que as empresas brasileiras voltem a ser “players mundiais”. “É hora de ultrapassar essa questão da Lava Jato, que praticamente nos retirou do mercado internacional”, disse.

Marun disse que deverá aproveitar o mês de janeiro, o seu último como deputado federal – ele reassumirá o cargo ao fim do governo – para visitar a Síria em uma missão parlamentar.
A ideia, de acordo com o ministro, é que viajem com ele mais três ou quatro deputados, que contariam com ajuda diplomática para ter acesso ao País e iniciar diálogos.

Questionado sobre se já conversou sobre isso com o futuro governo de Jair Bolsonaro, Marun respondeu apenas que, “voltando de lá, comunicaria ao próximo governo” sobre visão que teve na viagem.

O ministro contou que esteve no Líbano na semana passada e já iniciou conversas neste sentido. “Ali, o assunto já é o grande investimento que vai ter que ser feito na Síria”, disse. (AE)

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