Meta de alavancagem será menor em novo plano

18 de agosto de 2018

Rio de Janeiro – A Petrobras deverá trazer uma meta de alavancagem mais próxima de seus pares globais, em seu plano de negócios 2019-2023, que deve ser publicado em novembro, segundo relatório do Itaú BBA, que citou como fonte o diretor-executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da estatal, Rafael Grisolia. O executivo esteve reunido sexta-feira com analistas de mercado, informou o banco. Durante a reunião, o executivo sinalizou que a nova meta para o indicador de alavancagem, medido por dívida líquida sobre Ebitda, poderá ser de 1 a 1,5 vez no futuro. Dessa forma, a empresa teria um nível de alavancagem “mais compatível com o nível de seus pares internacionais”, e isso estaria disponível no anúncio do próximo plano de negócios, planejado para novembro, disse relatório do Itaú BBA. A empresa acredita ser possível atingir a atual meta, de 2,5 vezes, até o fim deste ano, uma vez que os preços do petróleo estão mais altos do que quando o plano de negócios atual foi projetado, explicou o banco. A manutenção da meta ocorre apesar de impedimentos para a conclusão de importantes vendas de ativos, como da área de refino, além da Transportadora Associada de Gás (TAG), após decisão cautelar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela qual a venda de ações depende de autorização legislativa. Na reunião, Grisolia reiterou que a Petrobras não cancelou o seu plano de desinvestimentos, que tem como um dos seus principais objetivos reduzir a dívida da empresa, mas que precisou suspender por questões legais. “A empresa continuará buscando formas de otimizar seu portfólio de ativos, vendendo os de menor retorno e investindo em ativos de maior retorno”, afirmou o relatório do Itaú. Cessão onerosa – Grisolia também afirmou aos analistas que as negociações com o governo a respeito de áreas do pré-sal cedidas pela União à estatal em 2010, mediante contrato conhecido como cessão onerosa, estão muito avançadas e que a necessidade da aprovação no Congresso de uma lei sobre o tema é “o principal obstáculo” para a conclusão. O contrato da cessão onerosa cedeu à Petrobras o direito de explorar até 5 bilhões de barris de óleo equivalente em determinadas áreas do pré-sal. Na época, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões por esse direito. No entanto, uma renegociação do valor pago estava previsto desde o início, depois que as áreas fossem declaradas comerciais, considerando variações de câmbio e dólar. O projeto de lei, que já foi aprovado na Câmara e precisa ser votado no Senado, resolve alguns entraves para a negociação e ainda abre caminho para um megaleilão dos volumes de petróleo encontrados pela Petrobras que excedem os 5 bilhões de barris. “Na visão da administração, ainda é possível concluir este ano se a lei for aprovada”, disse o Itaú. Combustíveis – Durante a reunião com analistas, Grisolia também comentou recente decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de colocar em consulta pública uma minuta de resolução que poderá obrigar a Petrobras a publicar uma fórmula utilizada para definir preços de combustíveis. “O CFO esclareceu que não existe uma fórmula ‘absoluta que determine os preços. Ele mencionou que a Petrobras participará da audiência pública para acrescentar suas contribuições e melhorar essa resolução”, disse o Itaú. Além disso, o executivo frisou aos analistas que a empresa buscará lucratividade se o programa de subsídio ao diesel terminar, defendendo que todos os acionistas, incluindo o governo, devem ter rentabilidade. “Eles continuarão a buscar níveis compatíveis com a política internacional de preços”, informou o Itaú.

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