Novo ritmo de reajustes da gasolina gera dúvidas

11 de agosto de 2018

São Paulo – A Petrobras reduziu o ritmo de reajustes nos preços da gasolina nas refinarias após os protestos de caminhoneiros e a saída de Pedro Parente do comando da estatal, em uma nova dinâmica que está gerando dúvidas entre especialistas sobre o alinhamento da política da empresa ao mercado internacional. De 1º de junho até sexta-feira (10), foram 22 as vezes em que a petroleira manteve as cotações da gasolina estáveis nas refinarias de um dia para o outro. A quantidade contrasta com os 13 reajustes nulos efetivamente reportados pela estatal em um prazo bem maior, entre julho do ano passado, quando entrou em vigor a política de oscilações diárias, até o fim de maio, em meio às manifestações dos caminhoneiros contra a alta do diesel. Na prática, a volatilidade (desvio padrão) nos últimos pouco mais de dois meses foi da ordem de 4,5%, enquanto em todo o período anterior a junho atingiu quase 18%. A Petrobras informou que sua política “permanece inalterada”. “É importante esclarecer que no período em questão as flutuações nos preços do petróleo e derivados, na taxa de câmbio e em outras variáveis contribuíram para que não fosse necessário fazer o reajuste com a periodicidade mais frequente”, divulgou a companhia. A política de reajustes dos combustíveis em linha com o mercado internacional e o câmbio, entre outros fatores, foi instituída pela Petrobras em outubro de 2016, sendo que a partir de julho de 2017 passou a contar com oscilações praticamente diárias nos valores de diesel e gasolina. Briga com importadores – Com a política agressiva de preços, que ajudou a inflamar os caminhoneiros, a empresa buscou brigar com importadores por participação de mercado no Brasil, além de acompanhar a paridade internacional. Mas uma disparada no barril do petróleo para perto de US$ 80 neste ano levou as cotações de diesel e gasolina a máximas nas refinarias e nos postos, desembocando nos protestos de maio. Na esteira das manifestações, Pedro Parente deixou o comando da empresa, a qual recorreu a uma subvenção econômica oferecida pelo governo para o setor congelar o valor do diesel – o combustível mais consumido no País não sofre reajustes nas refinarias desde 1º de junho, cotado a R$ 2,0316 por litro. Para sábado (11), a Petrobras anunciou que manterá o preço da gasolina em R$ 1,9002 por litro. O patamar representa queda de 3,4% desde junho, enquanto os futuros de petróleo Brent e gasolina RBOB caíram 6,7% e 7,3%, respectivamente. Ainda que tenha caído menos, o preço da gasolina da Petrobras segue abaixo dos valores internacionais do derivado, segundo analistas.

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