Novos hábitos devem revigorar a indústria do plástico

23 de junho de 2020 às 0h15

img

A indústria do plástico deve sair revigorada da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A afirmação foi feita pela presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de Minas Gerais (Simplast), Ivana Braga, que vê uma mudança do mercado consumidor em relação aos produtos feitos com essa matéria-prima.

Agora, frisa ela, há uma conscientização maior de como esses itens são importantes para a segurança das pessoas.

Embora sejam previstas mudanças do lado da demanda, porém, o segmento, assim como tantos outros, viu os seus números caírem com todo o cenário de instabilidade que se tem atualmente. Isso mesmo sendo responsável por alguns produtos essenciais, como equipamentos de proteção individual (EPIs), por exemplo, e embalagens para artigos diversos, como álcool em gel e alimentos.

“Cerca de 70% das empresas mantiveram o seu funcionamento. As ações foram bastante pulverizadas. Por um lado, alguns mercados cresceram, como o de descartáveis, já que há uma busca maior por certos produtos por causa da segurança. O segmento voltado aos alimentos e bebidas também não parou”, ressalta a presidente do Simplast.

Por outro lado, complementa, empresas ligadas à indústria automobilística – que parou a produção por um tempo – tiveram impactos maiores e foram umas das principais responsáveis pelas demissões da área de materiais plásticos.

Estima-se, diz Ivana Braga, que 30% dos empreendimentos do segmento de plástico fizeram cortes nos postos de trabalho. Negócios relacionados à linha branca, bolsas e calçados também tiveram reflexos mais fortes.

Além disso, diversas empresas se viram obrigadas a lançar mão de alternativas, como férias coletivas e suspensão dos contratos de trabalho. Muitas, em um primeiro momento, diz Ivana, não conseguiram acesso a linhas de créditos emergenciais. Isso porque as condições eram difíceis de serem alcançadas pelos pequenos e médios negócios. No entanto, agora, o acesso já está fluindo mais, com possibilidades no mercado que alcançam empreendimentos de todos os tamanhos.

Perspectivas – Como o plástico transita em vários setores, o segmento não deve apresentar queda no Estado neste ano, segundo Ivana Braga, que destaca estar otimista. No entanto, as expectativas positivas estão dentro de uma visão realista: para ela, haverá a retomada da área. Crescimento mesmo só no ano que vem.

A presidente do Simplast lembra que, mesmo com a reabertura parcial do comércio em Minas Gerais, a reação do mercado ainda é lenta. Os consumidores, frisa, estão receosos em relação a fazer compras.

Por ora, muitas empresas têm focado a fabricação de EPIs. Ivana conta que alguns negócios, inclusive, mudaram suas linhas de montagem para se dedicarem à produção desses itens, adequando-se a uma nova realidade.

Já posteriormente, poderá surgir uma nova fase para a indústria de material plástico, segundo Ivana: aquela em que esse material não será mais visto como vilão.

“O segmento deve dar uma alavancada. A pandemia fez mudar a imagem que se tinha do plástico, que tem passado de vilão a um produto seguro”, destaca ela.
Ivana afirma que dentro do chamado novo normal, as pessoas estão tendo mais cuidado e buscando formas de proteção.

“As pessoas têm percebido a importância do plástico, que não está presente só na sacolinha, mas também nos EPIs e nos frascos de álcool em gel, por exemplo. É um ótimo material em termos de custo para o fornecedor, além de ser reciclável. A indústria do plástico, que vinha sendo massacrada por causa dos canudinhos, vai sair mais revigorada”, salienta.

Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

Siga-nos nas redes sociais

Comentários

    Receba novidades no seu e-mail

    Ao preencher e enviar o formulário, você concorda com a nossa Política de Privacidade e Termos de Uso.

    Facebook LinkedIn Twitter YouTube Instagram Telegram

    Siga-nos nas redes sociais

    Fique por dentro!
    Cadastre-se e receba os nossos principais conteúdos por e-mail