Setor de máquinas opera longe do nível pré-crise

29 de maio de 2019

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Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

Embora a indústria de bens de capital tenha começado a recuperar parte do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), o resultado ainda está longe do patamar pré-crise, quando ultrapassava os 80% de ocupação. Passados os quatro primeiros meses de 2019, o nível de utilização do setor tanto em âmbito nacional quanto estadual tem beirado os 70%.

A informação é do membro do Conselho da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso, que ressalta que isso significa que cerca de 30% das máquinas da indústria de bens de capital permaneceram paradas no decorrer do primeiro quadrimestre deste ano.

“O setor viveu tempos áureos entre 2006 e 2008, quando havia muitos setores investindo na renovação de seus parques fabris. Com o aumento da demanda, naquela época, as indústrias de máquinas investiram em aumento da capacidade, mas, em 2011, a produção começou a cair e o nível de ociosidade a aumentar. Desde então, não retomamos os patamares pré-crise”, explicou.

Somente em abril, o Nuci do setor no País chegou a 74,7%, representando uma baixa de 1,3% sobre o mês anterior, piorando o quadro de ociosidade (25,3%). No Estado, especificamente, houve aumento de 0,4% sobre março deste ano e queda de 2,1% frente a igual época do ano passado, acompanhando mais ou menos o nível brasileiro.

Assim, a carteira de pedidos registrou outra queda em âmbito nacional, de 8,7% sobre o mês anterior, como reflexo da baixa observada no último trimestre. De qualquer maneira, vale destacar que tanto o nível de utilização da capacidade instalada como a carteira de pedidos estão em patamares superiores aos registrados em 2018.

“Na hora que houver um aumento, de fato, da demanda, teremos condições de atender aos pedidos apenas com a inclusão de mais um turno de operação em determinadas indústrias, devido aos investimentos em aumento da capacidade realizados no passado”, afirmou.

Reformas estruturantes – No entanto, Veneroso ponderou que este aumento da demanda somente virá quando a economia nacional for o que ele chamou de “destravada”. Para ele, os investimentos precisam acontecer e somente ocorrerão quando houver a estabilidade econômica e política que os investidores buscam no Brasil.

“Tudo isso depende da aprovação das tão esperadas reformas estruturantes. A reforma da Previdência tem que desemperrar para que possamos dar sequência à reforma Tributária e destravar, de vez, a economia”, completou.

Sobre o desempenho no último mês, segundo balanço da entidade, o setor em Minas Gerais teve leve alta de 1,2% no faturamento em abril na comparação com o resultado registrado em março. Já sobre igual época de 2018, o crescimento foi de apenas 0,3%.

Segundo Veneroso, o cenário econômico não teve nenhuma mudança significativa. O setor registrou alta nas exportações em função de resultados isolados do setor agrícola, o que ainda não representa um crescimento significativo para o setor. O movimento das exportações de máquinas e equipamentos no Estado em relação a março e ao mesmo período do ano passado foi de 13,6% e 8,1% respectivamente.

Confiança diminui na indústria nacional

Rio de Janeiro – O Índice de Confiança da Indústria, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 0,7 ponto de abril para maio. Com a queda, o indicador passou para 97,2 pontos, em uma escala de zero a 200.

A confiança caiu em dez dos 19 segmentos industriais pesquisados pela FGV. A queda foi puxada pelo recuo de 1,5 ponto do Índice de Expectativas, que mede a confiança dos empresários no futuro: passou para 95,9 pontos. A principal influência veio da perspectiva de contratações do setor nos próximos três meses, que diminuiu 3,6 pontos.

Já o Índice da Situação Atual, que mede a confiança dos empresários no momento presente, permaneceu estável em 98,5 pontos. Houve queda de 2,9 pontos do indicador do nível de estoques, mas as outras duas variáveis cresceram, o que levou à estabilidade do Índice da Situação Atual.

Segundo o pesquisador da FGV Aloisio Campelo Jr., o resultado mostra um empresariado ligeiramente pessimista em relação aos próximos meses. Quanto à situação atual, há, para Campelo Jr., sinais dúbios.

“Após meses andando de lado, o nível de utilização da capacidade voltou a subir, mas houve, em paralelo, acúmulo de estoques indesejados”, disse.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) subiu 0,8 ponto percentual entre abril e maio, retornando para 75,3%, o mesmo patamar de novembro de 2018. (ABr)

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