Pandemia provoca o fechamento de 522,7 mil empresas

17 de julho de 2020 às 0h11

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Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Rio – A pandemia do Covid-19 provocou o fechamento de 522,7 mil empresas de um total de 1,3 milhão que encerraram suas atividades, temporária ou definitivamente, na primeira quinzena de junho.

Os dados são os primeiros resultados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas e fazem parte das Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número representa 39,4% do total e a maioria, 518,4 mil (99,2%) era de pequeno porte, que são as de até 49 empregados; 4,1 mil (0,8%) eram de porte intermediário, as de 50 a 499 empregados; e 110 (0%) de grande porte, que têm mais de 500 empregados. O setor de Serviços foi o mais atingido. Foram 258,5 mil (49,5%), seguido do Comércio com 192,0 mil (36,7%), 38,4 mil (7,4%), da Construção e 33,7 mil (6,4%) da Indústria.

De acordo com o IBGE, a estimativa é de que o País tinha, na primeira quinzena de junho, 4 milhões de empresas. Entre elas 2,7 milhões (67,4%) estavam em funcionamento total ou parcial, 610,3 mil (15%) fechadas temporariamente e 716,4 mil (17,6%) encerradas em definitivo.

Ainda conforme a pesquisa, das empresas que encerraram definitivamente suas atividades, independente de motivo, as mais atingidas foram as de menor porte (715,1 mil ou 99,8%).

O número cai bastante nas intermediárias (1,2 mil ou 0,2%) e nenhuma era de grande porte. Mais uma vez o setor de serviços alcançou maior proporção (46,7% ou 334,3 mil), seguido pelo comércio (36,5% ou 261,6 mil), pela construção (9,6% ou 68,7 mil) e pela indústria (7,2% ou 51,7 mil).

A pesquisa apontou também que 70% da soma de empresas em funcionamento, a pandemia teve impacto negativo, 16,2% relataram efeito foi pequeno ou inexistente e para 13,6% o impacto foi positivo.

As empresas de pequeno porte foram as que mais notaram efeitos negativos (70,1%), nas intermediárias ficou em 66,1% e nas de grande porte o percentual chegou a 69,7%. A percepção negativa foi maior no setor de serviços (74,4%), da indústria ficou em 72,9%, da construção atingiu 72,6% e de comércio foram 65,3%.

Vendas – Outro fato registrado pela pesquisa foi a queda nas vendas ou nos serviços comercializados em decorrência da pandemia, que foi indicada por sete em cada dez empresas em funcionamento (70,7%) na primeira quinzena de junho.

Segundo o IBGE, esse dado é em relação a março, quando as medidas de isolamento para combater o novo coronavírus estavam no início. Ainda na comparação, 17,9% informaram que o efeito foi pequeno ou inexistente e 10,6% apontaram aumento nas vendas com a pandemia.

Outra vez as companhias de pequeno porte foram as que mais sentiram a queda nas vendas (70,9%), Na sequência são as intermediárias (62,9%) e as de grande porte (58,7%). Entre os setores, as empresas de construção (73,1%) tiveram os maiores impactos, seguidas pelas de serviços (71,9%), as de comércio (70,8%) e as da indústria (65,3%).

Produção – Na produção, 63% das companhias tiveram dificuldade de fabricar produtos ou atender clientes, enquanto 29,9% não notaram alteração significativa e 6,9% tiveram facilidade. Mas quando se trata de acesso aos fornecedores, 60,8% encontraram dificuldades, diferente de 30,2% que revelaram não haver alteração significativa.

O menor percentual é das que encontraram facilidade (5,7%). Quanto aos pagamentos de rotina, 63,7% tiveram problemas na realização. Para 33,1% não houve alteração significativa e 2,3% encontraram facilidade.

Segundo o IBGE, cerca de 32,9% das companhias mudaram o método de entrega de seus produtos ou serviços, e passaram a fazer também serviços on-line. Do total, 20,1% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos e/ou serviços desde o início da pandemia.

Impostos – A pesquisa estima que, desde início de março, 1,2 milhão (44,5%) das empresas em funcionamento adiaram o pagamento de impostos. Mais da metade (51,9%) considerou ter recebido apoio do governo para isso. Perto de 347,7 mil (12,7%) empresas conseguiram crédito emergencial para pagamento da folha salarial desde o início da pandemia. Entre elas, quase sete em cada dez (67,7%) consideraram ter tido apoio do governo na adoção dessa medida.

Emprego – Se comparado ao início de março, o número de funcionários foi mantido em pouco mais de seis em cada dez empresas em funcionamento (61,2%). No entanto, 34,6% indicaram redução no quadro e as que aumentaram o número de empregados foram apenas 3,8%.

Entre as 948,8 mil empresas que reduziram a quantidade de empregados, 37,6% diminuíram em até 25% seu pessoal, 32,4% 3,8% e 29,7% encolheram seu quadro acima de 50%.

As empresas realizaram também no período, outras ações. Nove em cada dez empresas (91,1%) fizeram campanhas de informação e prevenção e adotaram medidas extras de higiene nas suas atividades.

O trabalho teletrabalho, trabalho remoto e trabalho a distância foi adotado por 38,4% e 35,6% anteciparam férias dos funcionários. Um outro dado observado é que três em cada dez (32,4%) adotaram pelo menos uma medida em relação aos impactos do Covid-19 com apoio do governo. (ABr)

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