Parque guseiro de MG exportará até 65% da produção neste ano

23 de junho de 2021 às 0h30

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O Sindifer-MG espera aumento de pelo menos 10% na produção de gusa no Estado em 2021 frente à de 2020, que somou 3,9 milhões de toneladas | Crédito: Divulgação

As exportações continuam garantindo o desempenho da indústria do ferro de Minas Gerais, embora em menor proporção que no ano passado. Enquanto que, em 2020, 72% da produção do parque guseiro do Estado foram enviadas ao exterior, neste exercício os embarques devem voltar aos patamares pré-crise, entre 60% e 65% da produção.

A informação é do presidente do Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer-MG), Fausto Varela Cançado, que disse que a produção de 2021 deverá superar as 3,9 milhões de toneladas do exercício passado, até então o maior volume do setor em 12 anos. “Estamos trabalhando para crescer pelo menos 10%. Mas se equipararmos ao volume de 2020 já vai ser muito bom. Vamos atrás de um resultado mesmo que modesto”, comentou.

Apesar das expectativas, Varela Cançado voltou a alertar para a baixa produtividade. Segundo ele, com o aumento substancial dos custos de produção, incluindo a escalada de preços do minério de ferro no mercado internacional, a produtividade do setor caiu consideravelmente. A começar pela perda da qualidade do produto. 

“O natural é trabalharmos com a hematita granulada com teor de ferro acima de 62%. Mas esse teor vem caindo e as ofertas atuais estão entre 55% e 60%. A produtividade vem caindo e gasta-se mais carvão e minério. Sem contar a geração de escória. Há dez anos tínhamos em torno 150 quilos de rejeito por tonelada. Hoje, com o ferro mais contaminado, ficamos entre 400 kg e 500 kg por tonelada”, advertiu o presidente d Sindifer-MG.

A dificuldade ao acesso ao insumo siderúrgico também permanece. Devido à falta do minério de ferro granulado no Quadrilátero Ferrífero, usineiros do Estado continuam buscando o minério em outros estados, como Mato Grosso do Sul, Tocantins e Bahia.

“Os preços continuam altos, a escassez nos faz buscar insumo em outras regiões, a produtividade é cada vez menor e isso nos preocupa já não é de hoje. Com isso, apesar da tendência de manter o crescimento neste exercício, a expansão pode ser comprometida”, finalizou.

Conforme publicado em abril, Minas Gerais tem hoje 45 indústrias do setor, que geram cerca de 9 mil empregos.

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