Petrobras reajusta preços de diesel e gasolina

2 de julho de 2020 às 0h06

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Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

São Paulo – A Petrobras anunciou reajuste médio de 6% para o diesel vendido em suas refinarias a partir de hoje, em momento em que registra uma melhora na demanda, enquanto a gasolina terá elevação de 3%, informou a companhia ontem por meio da assessoria de imprensa.

O movimento é a terceira alta consecutiva no preço do diesel, combustível mais utilizado no Brasil, depois de reajustes de 7% no final de maio e de 8% em meados de junho.
Para a gasolina, é o sétimo aumento seguido, em tendência vista desde o início de maio.

Com os reajustes, o preço médio do litro do diesel nas refinarias da estatal passa a ser de R$ 1,6017, maior nível desde o final de março, segundo dados compilados pela Reuters.

Apesar disso, o combustível ainda acumula queda de 31,6% em 2020, após forte impacto na demanda em decorrência da pandemia de coronavírus. Em relação às mínimas do ano, registradas entre final de abril e meados de maio, o valor do combustível tem recuperação de 22,5%.

Para a gasolina, o novo reajuste eleva o preço médio nas refinarias da Petrobras a R$ 1,5788 /litro, mais alto nível desde o final de fevereiro. A cotação segue se afastando das mínimas do ano, vistas no fim de abril – quando o litro chegou a valer R$ 0,916 -, embora ainda acumule queda de 17,6% no ano.

As recentes altas nos preços dos combustíveis acompanham uma recuperação no valor do petróleo no mercado internacional. O barril do petróleo Brent, que chegou a ser negociado a cerca de US$ 16 em abril, avançou mais de 150% desde então e já custa mais de US$ 40, após uma recuperação na demanda e um acordo entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados para redução de oferta.

A Petrobras defende que sua política de preços segue a paridade de importação, levando em conta o valor de referência internacional da commodity e os custos para importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio.

Nesse sentido, o real apresenta forte desvalorização frente ao dólar neste ano, o que também contribui para o aumento nos preços dos combustíveis. No semestre terminado na terça-feira, a divisa norte-americana acumulou salto de 35,56% ante a moeda brasileira.

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, disse à Reuters que o reajuste anunciado pela Petrobras “ajuda, mas não resolve” a situação dos importadores, que lidam com cotações internas que limitam seus negócios.

“As janelas continuam fechadas para importações”, ressaltou ele.

Melhora na demanda – Além disso, as elevações ocorrem em um momento em que a Petrobras verifica uma recuperação na demanda por combustíveis, com as vendas de diesel chegando a ultrapassar os níveis registrados antes da queda brusca motivada pela crise sanitária e econômica, segundo apresentação realizada por um executivo da empresa em conferência na segunda-feira.

Apesar de a pandemia de Covid-19 estar no pico no Brasil, com mais de 1,4 milhão de casos confirmados, muitos estados e municípios já iniciaram processos de reabertura econômica e flexibilização dos isolamentos.

As refinarias da Petrobras têm operado com taxas de utilização em níveis bastante próximos dos registrados no pré-pandemia.

O repasse de reajustes nas refinarias até os consumidores finais não é imediato e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biodiesel. (Reuters)

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