Proposta por usina de Santo Antônio é rejeitada pela Cemig

17 de maio de 2019

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Além da hidrelétrica de Santo Antônio (foto), estatal mineira estuda vender outros ativos em seu plano de desinvestimento - Crédito: Nacho Doce /Reuters

São Paulo – A elétrica Cemig e seus sócios na hidrelétrica de Santo Antônio receberam uma oferta de uma companhia chinesa pelo controle do empreendimento, mas a proposta não agradou e as conversas foram paralisadas, disse ontem o diretor de Finanças da empresa mineira, Maurício Fernandes Leonardo Júnior.

“A negociação está parada”, afirmou o executivo, ao ser questionado por um investidor sobre a operação durante teleconferência de apresentação de resultados.

Nesta semana, a Reuters publicou reportagem que indicou que a chinesa State Power Investment Corp (SPIC) apresentou uma proposta pela fatia de 15% da Cemig na hidrelétrica. Segundo fontes, a oferta não foi vista como aceitável pela companhia mineira.

A usina em Rondônia foi colocada pela Cemig em um plano de desinvestimentos, por meio do qual a companhia visa a reduzir dívidas.

Os sócios da companhia em Santo Antônio são Furnas, da Eletrobras, com 43%, e a construtora Odebrecht, com 18,25%. Os veículos de investimento Caixa FIP Amazônia Energia e SAAG Investimentos, da Andrade Gutierrez, também contam com participações.

Sem citar nomes, Fernandes disse que a proposta também não agradou “os outros dois acionistas” do empreendimento.

Gasmig e Light – Os executivos da Cemig também foram questionados durante a teleconferência sobre o andamento de outros planos de desinvestimento da companhia, como a proposta de vender ao menos parte da distribuidora de gás Gasmig e da Light, que é responsável pelo fornecimento de energia na região metropolitana do Rio de Janeiro e tem ativos de geração.

Fernandes afirmou que, no caso da Gasmig, é preciso aguardar a conclusão de negociações com o governo de Minas Gerais sobre uma compensação pela renovação da concessão da companhia.

O governo mineiro pretende cobrar R$ 852 milhões pela prorrogação até 2053 do contrato da Gasmig, renovado em 2014, uma vez que a companhia havia na época se comprometido, em troca da renovação, a investir em um gasoduto que acabou não saindo do papel, conforme publicado pela Reuters no mês passado.

Segundo o executivo, a Cemig tem se preparado para vender 49% da Gasmig, uma vez resolvida essa questão. Em paralelo, no entanto, há a possibilidade de venda de 100% da empresa de gás, o que dependeria da aprovação pelo governo mineiro de projeto de lei que autorize a privatização do ativo.

“Aqui em Minas Gerais (pela legislação estadual) para vender água, gás e energia você precisa ter uma aprovação em referendo popular. A venda de 100% depende dessa autorização. A venda de 49% não depende e estamos dando andamento a passos rápidos para seguir esse objetivo”, disse.

O executivo destacou ainda que, no caso da Light, os planos foram impactados em parte pela troca do conselho de administração e da presidência executiva da elétrica – esta última posição assumida agora por Ana Marta Veloso, que já havia sido CEO da empresa anteriormente.

“A Ana Marta foi aprovada como CEO da empresa e é um nome bem recebido pelo mercado. Agora estamos nos próximos passos desse processo, ela ainda está fazendo seu plano de ação”, afirmou Fernandes, ao ser questionado por um investidor.

Em abril, executivos da Cemig afirmaram que estava em avaliação uma possível oferta de ações da Light, em uma operação na qual a Cemig inclusive poderia aproveitar para vender suas ações na empresa. (Reuters)

Lucro de estatal mineira cresce 71,6% no 1º tri

São Paulo – A elétrica estatal Cemig reportou lucro líquido de R$ 797,2 milhões no primeiro trimestre, alta de 71,6% na comparação anual, em resultado impulsionado por suas vendas de energia e ganhos com operação de hedge.

Em balanço divulgado ontem, a companhia disse que o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1,46 bilhão, expansão de 45,1% na comparação anual.

A companhia, que opera em geração, transmissão, comercialização e distribuição, informou que sua distribuidora Cemig-D teve um crescimento de 5,1% na venda de energia a consumidores finais no período.

A empresa teve ainda receitas financeiras de R$ 152,3 milhões decorrente de ganhos com operação de hedge relacionada a suas emissões de títulos no exterior (eurobonds).

A receita líquida da Cemig somou R$ 5,9 bilhões entre janeiro e março, patamar 19,8% superior ao visto no mesmo período do ano anterior.

A elétrica afirmou que teve ganhos também com sua estratégia de venda de energia, que alocou maior volume para venda no primeiro trimestre, quando os preços da eletricidade estavam elevados no mercado spot.

Com isso, as transações da subsidiária de geração e transmissão Cemig GT na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) saltaram 112,94% ante o mesmo período de 2018.

A Cemig fechou o trimestre com dívida consolidada de R$ 14,1 bilhões, queda de 4,3% em relação ao final de 2018.

Já os investimentos realizados pela companhia somaram R$ 227,8 milhões, enquanto a proposta de orçamento para o ano é de R$ 1,5 bilhão. (Reuters)

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