Empresa que não seguir o ESG pode perder investimentos

23 de janeiro de 2021 às 0h15

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Crédito: Pixabay

Conceito relativamente novo no Brasil, o “ESG” é, agora, um dos assuntos mais importantes do setor corporativo e está revolucionando o mundo dos investimentos. Sigla para Enviromental, Social and Governance, o termo compreende um conjunto de ações que empresas devem tomar sobre meio ambiente, sociedade e governança corporativa para serem consideradas responsáveis e preocupadas com as questões sócio-sustentáveis que permeiam a atualidade. 

De acordo com o agente de inovação da Troposlab, empresa especializada em inovação, Lucas Ferreira, o movimento para trazer essa economia social e sustentável está vindo em ondas e várias corporações têm se tornado menos interessantes para investimento estrangeiro por não atenderem pautas vinculadas ao ESG. “Muitas instituições estão começando a se reestruturarem não porque querem, mas porque estão perdendo fundo de investimentos. A tendência é que o mercado financeiro no Brasil se modifique para atender a pauta do ESG, já que no momento a bolsa de valores está revendo os seus indicadores a fim de identificar e valorizar as organizações que estejam seguindo a agenda sustentável”, disse.

Recentemente, os fundos de investimentos com base no ESG chegaram a uma marca histórica de US$ 1 trilhão de patrimônio no mundo, com crescimento de 25% no segundo trimestre de 2020, com a Europa e os EUA representando os maiores mercados, possuindo uma concentração de aproximadamente US$ 870 bilhões e US$ 158 bilhões, respectivamente. 

Em paralelo, as pequenas e médias empresas brasileiras já atendem as pautas do ESG, porém não têm visibilidade por não causarem tanto impacto quanto as grandes empresas e indústrias. Ainda assim, elas fazem uma grande diferença no País, gerando renda de 70% dos brasileiros, dentre as iniciativas privadas, de acordo com o Sebrae. Segundo o agente, a relação mais próxima das PMEs com a sociedade ajuda a evidenciar o quanto elas já seguem essa agenda, muito mais do que é exigido de grandes negócios. O impacto que a agricultura familiar tem dentro do Brasil, por exemplo, acaba sendo maior que de grandes produtores. 

“As PMEs têm desafios diferentes: criar um empreendimento do zero, tornar ele um negócio de impacto e ser sustentável financeiramente. Já as grandes corporações precisam sair da inércia e mover toda a organização, que é burocrática e complexa, para trabalhar pautas que nunca foram discutidas em séculos. Muitas vezes são os próprios funcionários que formam grupos internos a fim de debaterem questões sociais e ambientais e posteriormente apresentam para os tomadores de decisões”, afirmou. 

Além da pressão dos fundos de investimento, a nova geração de consumidores, em especial os millenials, ligados à responsabilidade e ao impacto social, estão obrigando os mercados a firmarem um compromisso e buscarem soluções para um modelo financeiro e produtos mais sustentáveis. Uma pesquisa realizada pela Schroders em 2018 aponta que 52% das pessoas entre 18 e 34 anos apostam em fundos sustentáveis, deixando de lado aqueles que não consideram fatores relacionados a ESG. 

Para Ferreira, o ESG deve ser entendido como um processo, e não como algo binário (sim ou não) ou excludente. Nenhuma empresa no mundo está preparada para atender totalmente essa pauta. A instituição primeiro identifica os níveis que ela já atende dessas práticas e a partir daí vai desenvolvendo. Contudo, mesmo não sendo obrigatório, as corporações que não aderirem ao movimento vão sofrer as consequências no futuro. 

O agente finaliza avisando que apesar do impacto negativo gerado no início da pandemia de Covid-19, os interesses dos investidores por modelos de negócios sustentáveis e resilientes têm aumentado e seguido os padrões de sustentabilidade e governança. “O Brasil segue nessa onda porque os fundos de investimento, o mercado, acabou o empurrando e impulsionando para que também siga nessa agenda. Então, no cenário da pós-pandemia, existe o risco dos níveis de investimento permanecerem baixos caso as instituições não atendam essas expectativas.” 

Marcelo Miranda | Crédito: Divulgação
Marcelo Miranda | Crédito: Divulgação

Feedback é importante para o crescimento da equipe

Início de ano é época de muitas reuniões de feedback. Afinal, ele faz parte do planejamento anual das empresas. Se algo foi ruim no ano que passou, é necessário mostrar à equipe o que deve ser melhorado no ano que está começando.

O feedback é considerado pelos gestores uma das principais ferramentas de avaliação de desempenho. Segundo uma pesquisa da Top Employers Institute, divulgada pela Aberje e realizada com 600 empresas em 99 países, n o Brasil, 100% das empresas consultadas treinam os gerentes para dar aos funcionários feedbacks abertos e construtivos.

“Essa é uma realidade que não mudará, o feedback é importante e precisa ser assertivo”, afirma o conselheiro Associação Brasileira de Recursos Humanos e CEO da Consolis Tecnyconta, Marcelo Miranda.

Mas, apesar de ser entendimento para a maior parte dos gestores, muitos não sabem como dar um feedback da forma mais eficiente. Além disso, esses retornos e avaliações, no geral, devem ser realizados durante todo o ano de forma eficaz. “O feedback de verdade é o que fala, com respeito, o que precisa ser falado, e não o que a pessoa quer ouvir”, diz o executivo.

Desenvolvimento – Para Marcelo, o bom feedback é aquele que, de forma prática, consegue instigar o desenvolvimento. “Gestores não precisam ser populares ou adorados, mas, sim, assumir um papel de desenvolvimento”, defende. “Para isso, devem transmitir mensagens claras, capazes de fazer quem as recebe crescer e melhorar”, orienta.

Personalização – Além disso, o executivo lembra que conhecer a pessoa que irá receber o feedback é fundamental. “Sabendo como ela reage, precisamos encontrar a melhor linguagem e forma de transmitir essa mensagem que deverá promover um processo de reflexão e mudança”, explica. “O feedback nunca deve ser igual para pessoas diferentes”, alerta.

Objetividade – “Para explicar bem o que queremos dizer, devemos apresentar exemplos objetivos e, claro, sempre valorizar pontos positivos”, diz Marcelo. “Uma dica de ouro é: não foque apenas no negativo, nem tome para si o mérito alheio. Reconheça”, orienta.
Respeito – Marcelo lembra que uma das bases da gestão de pessoas é o respeito pela equipe. Após encontrar a linguagem certa para seus colaboradores, o próximo passo é dar o retorno de maneira respeitosa. “Reservadamente, no um por um, nunca em público, pois é ruim e pouco eficiente para todos os lados”, finaliza.

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