Maioria dos profissionais negros acredita não ter as mesmas chances que candidatos brancos

23 de fevereiro de 2022 às 17h02

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Crédito: Freepik

Uma pesquisa realizada pelo InfoJobs, empresa de tecnologia para recursos humanos, revelou que 85% dos profissionais negros acreditam enfrentar dificuldade para conquistar colocação no mercado de trabalho, mesmo que sejam capacitados, quando comparados a um candidato branco.

O levantamento foi feito com a participação de 1567 pessoas, das quais 71% se consideram pretas ou pardas.

Os dados mostraram que embora 65% dos entrevistados negros tenham afirmado que nunca sofreram preconceito durante processos seletivos, 73% dizem sentir não possuir as mesmas chances no mercado.

“Pode parecer pouco, mas é muito significativo que em pleno século XXI, 35% dos dos negros tenham sofrido preconceito em processos seletivos. Eu, por exemplo, tive muita dificuldade para arrumar meu primeiro emprego. Lembro que em uma das minhas primeiras tentativas, eu tinha visivelmente mais conhecimento do que o outro candidato, mas por ele ser branco e ter aparentemente um nível social melhor que o meu, ele foi chamado”, conta Jefferson Silva, Coordenador Comercial do InfoJobs, empresa que possui 39% dos colaboradores que se consideram negros. 

A pesquisa também revelou, que para 90% dos entrevistados negros, os preconceitos sociais e raciais estão associados. De forma que 77% acreditam que negros e brancos não possuem as mesmas oportunidades de desenvolvimento no Brasil.

Dos outros 39% dos entrevistados, que se consideram brancos, amarelos ou indígenos, 67% também acreditam que existe preconceito racial velado nas empresas. Ademais, de acordo com 55% dos respondentes não negros, a diversidade racial não foi ou não é um pilar das empresas que atuaram. 

Felizmente, Jefferson acredita que esse cenário vem mudando e muitas empresas já olham e priorizam o contexto de diversidade. “Estamos em um momento muito favorável para a inclusão, no qual pessoas que antes não tinham chances, estão tendo oportunidades de mostrar seu potencial. Por isso, se eu pudesse dar um conselho para profissionais que assim como eu já enfrentaram preconceito no mercado de trabalho, seria para valorizarem as empresas que, de fato, se importam com essa causa, aproveitarem cada oportunidade e mostrarem seu valor, para que acabem de uma vez por todas com qualquer tipo de critério fora da formação curricular. Seja racial, político, religioso, ou até mesmo por orientação sexual”, conclui.

Por fim, a pesquisa também revelou que 67% dos profissionais brancos, amarelos ou indígenas afirmam que trabalham ou já trabalharam em empresas com profissionais negros na liderança.

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