Mais do que uma tendência de mercado, a preocupação com a sustentabilidade é uma necessidade real que tem sido identificada pelas empresas. Isso significa alinhar o desenvolvimento econômico com a redução do uso de recursos naturais, com a diminuição dos impactos socioambientais negativos e com melhoria de qualidade de vida e bem-estar dos colaboradores.
Uma das formas mais eficazes de comprovar o efetivo caráter sustentável das construções é a certificação internacional Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) – em português, Liderança em Projeto Energético e Ambiental.
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O certificado, concedido pela Organização Não-Governamental Green Building Council (GBC) consiste em uma ferramenta que quantifica o desempenho dos empreendimentos na adoção de práticas de construção sustentável. Entre alguns dos principais benefícios propiciados pelo LEED estão a redução do consumo de energia e água, a gestão correta dos resíduos e a melhora na qualidade do ar.
Com esse conceito em sustentabilidade está sendo construída a terceira unidade do Celio Faria Instituto, instalada no térreo do Concordia Corporate Tower, localizado no bairro Vila da Serra.
O fundador do Instituto, Célio Faria, pontua que os empresários precisam pensar além do próprio negócio e visualizar maneiras de proporcionar um ganho para a sociedade.
“Investimentos em sustentabilidade custam caro, mas, quando pensamos no legado deixado, é fácil visualizar a recompensa. O papel social das empresas também valoriza a marca. Qual cliente não gosta de estar em um local agradável e que se preocupa com o meio em que vivemos?”, pondera.
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Com o fim da obra e inauguração agendada para o dia 16 de setembro e início das atividades no dia 18, o Celio Faria Instituto também terá um manual de operação com as diretrizes para que o negócio seja operado com o mesmo rigor em sustentabilidade para o qual foi construído.
A ideia é que o salão mantenha os parâmetros de eficiência hídrica e energética do projeto em sua operação diária. Para isso, o consultor analisou o consumo mensal e anual de salões de mesmo porte e que não foram construídos considerando as estratégias da Certificação LEED para interiores. No Celio Faria Instituto busca-se atingir uma redução de 55% do consumo de água e de 15% a 20% do consumo de energia.
“Empreendedores e consumidores estão percebendo cada vez mais o benefício dessas iniciativas. Todo mundo busca o verde. Ninguém mais aguenta tanto concreto”, afirma o arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa, sócio da Bloc Arquitetura e Empreendimentos.
Para explicar a economia propiciada pelas construções sustentáveis, o arquiteto apresenta o exemplo de um escritório de 50 metros quadrados em que o ar-condicionado é utilizado diariamente e cuja conta de energia elétrica atinge a marca de R$ 600. “Caso o ambiente tivesse soluções verdes adotadas em sua concepção e construção, com certeza esse consumo de energia cairia 40%”, afirma.
Para o diretor técnico de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Fernando Sergio Fogli, as empresas, de fato, têm visto na modernização uma boa alternativa para os processos construtivos, opção que tem se refletido até mesmo nos canteiros de obra. “O ciclo de vida dos materiais de construção e a quantidade de água utilizada na obra são algumas das preocupações do segmento”, declara o especialista.
Coca-Cola FEMSA Brasil também aposta na sustentabilidade
Em Minas Gerais, um dos empreendimentos que conquistaram a certificação LEED pela adequação aos critérios de sustentabilidade é a fábrica da Coca-Cola FEMSA Brasil em Itabirito. Inaugurada em junho de 2015, com investimentos de US$ 258 milhões, a unidade instalada em uma área de 65 mil metros quadrados é a maior “planta verde” do sistema Coca-Cola no país.
Para conquistar o selo, a fábrica teve seus projetos minuciosamente analisados e cumpriu uma série de pré-requisitos. As medidas sustentáveis adotadas na fábrica em Itabirito partiram da escolha do terreno até os recursos que visavam a redução do consumo de energia.
Durante as obras, por exemplo, cerca de 90% dos resíduos gerados foram reciclados e só foi permitida a utilização de materiais com baixos índices de Composto Orgânico Volátil (COV), além de madeiras e pisos com certificação verde (FSC e FloorScore). Com relação ao uso energético, a fábrica possui alta eficiência a partir da cogeração e da utilização de energia solar, além de contar com motores de alto rendimento, iluminação natural e controle de iluminação artificial com sistema DALI dentro do prédio da produção.
Para a empresa, a sustentabilidade é um tema de grande relevância, que inclui os aspectos ambiental, social e econômico. Por isso, desde o início do projeto da fábrica em Itabirito, a Coca-Cola FEMSA Brasil buscou a certificação, adaptando quesitos de forma que a nave industrial e o prédio administrativo se tornassem ambientalmente sustentáveis e responsáveis, partindo da arquitetura até os sistemas de drenagem, hidráulica e elétrica.
Planejada para cumprir os padrões globais de sustentabilidade, a fábrica dispõe de tecnologias para otimizar os processos hídricos dentro das operações. A tubulação instalada no telhado, por exemplo, recebe água da chuva e direciona o volume para uma Estação de Tratamento de Água. A água proveniente desse processo é utilizada para limpeza de áreas comuns, diluição de químicos, lavagem de garrafas, geração de vapor para o processo, água de resfriamento na produção, entre outras finalidades.