Assim não é possível

30 de março de 2019 às 0h01

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Créditos: Marcos Correa/Presidência da República/Divulgação via REUTERS

Carlos Perktold *

“Prometo que vou deixar o presidente começar a trabalhar. Daqui para frente, não respondo mais a nenhuma gracinha, a nenhuma insinuação, porque a gente precisa que ele trabalhe. Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, citado no site “O Antagonista” de 28.03.2019.

Vivemos dias históricos e o futuro haverá de julgar os atuais deputados eleitos, em especial, Rodrigo Maia. O que parece aos olhos de qualquer brasileiro esclarecido é que o País não interessa aos congressistas, nem tampouco nosso futuro. Pensam em si apenas.

Falência de empresas e do próprio Brasil e mais desempregados são assuntos de menor importância pra quem está no topo da pirâmide política e financeira e está literalmente se lixando pra quem precisa de trabalho para viver.

Se houver mais dois ou três milhões de desempregados novos, quem se importa, além dos desempregados? O que os políticos pensam é: haja o que houver, o Brasil continuará existindo.

Por isso, na frase acima que abre este texto, Rodrigo Maia promete mais que ele imagina. Ele está afirmando que até agora não deixou o presidente trabalhar. Deveria se envergonhar da frase e da atitude, que nunca deveria ter existido se ele pensasse mais no Brasil e menos em si, seu sogro e seus amigos.

A senadora “Crazy” Hoffmann e seus amigos petistas torcem pelo pior governo, gostaria de ver o Brasil perder crédito, aumentar o desemprego, bolsa de valores em baixa, câmbio no alto dificultando as nossas importações e exportações. Ela tem horror de pensar que se Bolsonaro cair, entrará o general que, aos olhos dela, faria melhor governo e isso beneficiaria o Brasil, prejudicando o PT. Este é o pensamento generalizado daquele grupo de políticos que em 1980 fundaram o partido que salvaria o Brasil. A senadora ainda acredita que o PT, depois de ter quebrado a Petrobras e as denúncias de roubalheiras, ainda tem chance de voltar ao governo. Se voltarem, claro, ainda tem o Banco do Brasil e a Caixa Econômica para quebrarem.

É visível o cansaço do ministro Paulo Guedes explicando aos congressistas aquilo que todos já deveriam saber e que, se eles têm ideias para melhorá-lo, deveriam sugerir alterações no projeto de reforma da Previdência.

Por que perder tanto tempo e energia se a reforma é importante, fundamental e benéfica para o País? Qual a dificuldade do presidente da Câmara dar andamento ao projeto e não deixá-lo parado na Câmara há 40 dias, criando crises políticas cada vez que ele e Bolsonaro abrem a boca. Por que o projeto de Sergio Moro, a modificar 14 legislações que beneficiam bandidos, precisa de tanto tempo pra também andar na comissão e no plenário?

Bolsonaro foi eleito cheio de boas intenções e trouxe pessoas excelentes para os ministérios, mas insiste em governar com esta porcaria chamada Twitter e outras redes sociais para dar seu recado. Quer ser o Trump brasileiro.

Comete temeridades como mandar rememorar o 31 de março. Rememorar o que, meu Deus? Seus filhos são um desastre quando abrem a boca. O pai deveria colocar limites nessa rapaziada que se julga muito poderosos. São apenas agora. Novas eleições virão e, com o comportamento que têm, podem voltar de onde vieram.

Continuar com a histeria política diária que perpassa pelos políticos, causada por declarações desnecessárias e inúteis é aumentar o nível de angústia de todos.

Chega! O Brasil precisa andar, votar e aprovar os projetos que vão beneficiar a todos, superar crises, trazer capitais estrangeiros que criem novas empresas desde o bar na esquina a grandes fábricas, dando emprego aos milhões de desempregados. Chega de provocar crises infantis e pessoais com o propósito de adiar, adiar e adiar o que é necessário modificar agora, já.

*Psicanalista, advogado e escritor

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