David Braga

Líderes precisam ter equilíbrio e escuta ativa

21 de novembro de 2023

Uma coisa é certa: dentro das empresas vivenciamos diariamente uma completa disrupção, seja nos processos, no modus operandi, nas tecnologias ou, mesmo, nas próprias pessoas. Diante disso, você, que exerce o papel de liderança nas organizações, tem se importado com os colaboradores do seu time? A pergunta parece simples, mas não é.

Você é o tipo de gestor que inicia uma reunião, on-line ou presencial, e já começa a conversa passando as demandas ou cobrando as metas? Se você está tendo essa postura, preciso dizer que você não está construindo uma liderança humanizada e inspiradora.

Mais que nunca, é preciso humanizar as relações, em meio à intensa agenda dentro das empresas. Com novas formas e modelos de trabalho, você já perguntou aos seus liderados como eles estão, como está a família deles ou se precisam de algo em especial? Quando você faz isso, cria conexões e, sobretudo, mostra que se importa com os outros. Ao mesmo tempo, pode obter informações preciosas que sirvam para impulsionar os resultados ou, até mesmo, afetar negativamente a performance. Sabendo disso, será possível agir assertivamente. A escuta ativa é uma habilidade crucial na comunicação entre líder e liderado. Envolve prestar atenção completa e genuína ao que a outra pessoa está dizendo, demonstrando compreensão e interesse pelo que está sendo compartilhado.

Vale destacar que o modelo de gestão mudou. Se antes você estava próximo do seu liderado, agora o contato pode ser remoto, ou mesmo híbrido, exigindo ainda mais clareza, objetividade, e uma relação de confiança mútua.

E, vamos ser sinceros, estou falando do básico da relação humana. Entender, perguntar e apoiar o outro são iniciativas que transcendem o ambiente empresarial. É importante lembrarmos que é por meio das pessoas que entregamos nossos resultados. Sendo assim, praticar a empatia é primordial. Além de ajudar a “quebrar o gelo”, ajudará a lidar com as demandas da empresa com mais facilidade e conexão.

Assim como você gosta de ser compreendido, as demais pessoas também. Independentemente se você é líder ou não, praticar a empatia e a conexão com o outro certamente são atitudes que o coloca em evidência e melhoram sua empregabilidade. Quando você se coloca no lugar dos outros e mostra que se importa com seus sentimentos, os relacionamentos se tornam mais profundos e significativos.

Além de saber ouvir e conhecer seus liderados, constantemente as lideranças estão sendo colocadas à prova quanto a atrair, engajar e motivar profissionais, que são cada vez mais diversos, com interesses distintos e modus operandi dos mais variados possíveis. Além disso, cabe aos líderes acompanhar, direcionar, corrigir e criar planos de sucessão em ambientes cada vez mais incertos, complexos, ambíguos e voláteis.

Ser um líder não é uma tarefa fácil, pois é preciso orquestrar interesses diversos, lidando com pessoas, projetos e processos. Mais que direcionar o time para o alcance dos resultados na companhia, o líder precisa criar um ambiente de perenidade da organização, alinhando os objetivos estratégicos da empresa ao propósito dos profissionais. Para que consiga dar conta de tantas demandas e entregas, para a empresa ou para seus liderados, ele precisa estar bem. Por isso, controle emocional e autoconhecimento são fundamentais. Somente conhecendo suas competências, habilidades, potencialidades e seus pontos de melhoria, é possível criar planos de ação. Por meio de terapia ou de um processo qualificado de coaching, é possível entender suas motivações ou seus gatilhos de estresse, por exemplo. São pontos que você pode e deve usar ao seu favor.

Além disso, bem-estar emocional é essencial. Afinal de contas, quem exerce o papel de liderança precisa se policiar para manter o equilíbrio. Somente assim, poderá ajudar aos demais. Está cansado? Pare e descanse. Não sabe a resposta? Não tem problema, pois ninguém sabe tudo. A colaboração e a cocriação nunca estiveram tão em alta em nossa sociedade. E como ninguém tem todas as respostas, o trabalho está sendo construído e reconstruído em equipe, olhando para o passado e criando um novo mundo, que já é presente.

Mas não se engane, pois não são apenas os líderes que precisam cuidar de si. Todos nós precisamos exercer o autocuidado, uma vez que sempre apoiamos outras pessoas. Se cada um dá o que tem, é interessante nos encher de empatia, resiliência, escuta ativa e maturidade emocional, para então impactarmos nossa sociedade. O que seria o nosso legado, se não isso?
  

* CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent, empresa de busca e seleção de executivos, presente em 30 países pela Agilium Group. É conselheiro de Administração e professor convidado pela Fundação Dom Cabral; conselheiro da ABRH MG, ­ACMinas e ChildFund Brasil.

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