Coronavírus: aprendizado e impacto de uma pandemia

4 de abril de 2020 às 0h10

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Crédito: REUTERS/Ricardo Moraes

Samuel Lloyd*

O crescimento exponencial do surto do Covid-19 fez com que as principais competições esportivas do mundo, como a NBA, Champions League, Fórmula 1, dentre outras, paralisassem suas atividades; a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também deu uma pausa no futebol no País e o Comitê Olímpico Internacional (COI) adiou para 2021 a Olimpíada de Tóquio, que estava programada para agosto. Em mais de um século, somente as grandes guerras mundiais interromperam a maior festa do esporte.

No ramo do entretenimento, festivais e turnês são adiadas por todo o mundo. Ciente que é o melhor a ser feito, o Mineirão suspendeu as atividades como jogos, eventos e visitação. Em primeiro lugar, sempre, a vida dos funcionários e frequentadores do principal espaço de eventos do Estado.

A França foi pioneira no fechamento dos parques enquanto a crise da Covid-19 não cessar. Aqui no Brasil, seguimos o mesmo caminho. Se no início da pandemia no País o fechamento de espaços públicos de lazer, como museus e casa de espetáculos, era uma recomendação, hoje virou regra. Shopping centers, academias e comércios que não são considerados essenciais estão com as portas baixadas.

A rotina da população brasileira passa por uma alteração extremamente relevante e sem precedentes na história recente e aquelas empresas que tiveram alternativa, adotaram o trabalho “home office”. Vidas são mais importantes que os negócios e torna-se fundamental que o egoísmo e o não pensar no próximo seja deixado de lado.

Para auxiliar que a população acate as recomendações dos órgãos de saúde, de se manter em casa o maior tempo possível, empresas de TV a cabo abriram os sinais dos canais por assinatura e as do ramo de telefonia e telecomunicações prometem aumentar a banda larga. A internet é um importante meio para se manter informado, mas é preciso cautela no que se consome nas redes.

Nesse sentido, o Jornalismo de interesse público ocupa um espaço de destaque e imprescindível de orientação para a sociedade. Os programas jornalísticos destinam grande espaço para explicar as medidas que estão sendo tomadas pelos órgãos governamentais, tiram dúvidas da população, convocam especialistas para dissertar sobre as consequências, sociais, médicas e econômicas e, principalmente, combatem as tão disseminadas fake news.

Como forma de auxiliar na propagação da informação correta, grandes empresas de mídia liberaram o acesso ao conteúdo dos seus portais de forma gratuita, hotsites foram criados e dezenas de horas diárias na TV e rádio estão sendo dedicadas para tratar de forma responsável uma crise sem precedentes.

Essa crise passará. Mas é preciso, acima de tudo, ter a consciência que a vida não voltará ao normal de forma repentina. A pandemia deu os primeiros sinais no Oriente, no final de 2019, chegou ao Brasil e em algum tempo irá embora. Da mesma forma gradual será, também, a retomada da rotina no País, seja no esporte, entretenimento, vida social ou econômica. Podemos traçar um paralelo aos acontecimentos após os atentados de 11 de setembro, nos Estados Unidos.

Os procedimentos de segurança em aeroportos foram alterados e, aos poucos, nos acostumamos a eles. A crise que vivenciamos pode trazer novos hábitos de comportamento social, mas ainda é difícil, identificar quais e como serão essas mudanças. Os impactos nos mercados de entretenimento, esporte, turismo e, por consequência, na economia, serão grandes e demandarão tempo para que voltem à normalidade. Sobreviveremos e, tomara, em uma sociedade melhor.

*Diretor do Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, e Diretor da Urbia Gestão de Parques Urbanos, em São Paulo

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