EDITORIAL | Causas e suas consequências

13 de agosto de 2021 às 0h23

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Crédito: Divulgação

As evidências de que as condições ambientais no planeta estão em acelerado processo de deterioração são crescentes e, na mesma proporção, altamente preocupantes. Este ano, no Hemisfério Norte, o inverno foi dos mais rigorosos e, agora, o verão chega igualmente prometendo ultrapassar as marcas anteriormente conhecidas, em alguns pontos acompanhados de um regime de chuvas igualmente catastrófico, o que acontece também na Ásia.

No Brasil, ao contrário, neste momento as preocupações estão voltadas para a estiagem, já com implicações indesejadas na lavoura e deixando nos mesmos níveis conhecidos os grandes reservatórios que movem os geradores das principais usinas hidrelétricas. O risco de desabastecimento é bastante concreto.

Não estamos falando de hipóteses ou apontando riscos potenciais para o futuro. A ameaça, que tem a ver com o aquecimento global, conforme apontam os conhecedores da matéria, não só é concreta como está a cada dia que passa mais próxima. É o que nos aponta o relatório lançado esta semana pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), apontando que o aumento da temperatura global poderá chegar, já na próxima década, a níveis críticos, podendo levar, adiante, à falência do ecossistema, com prejuízos que não podem ser avaliados mas serão certamente catastróficos.

Esta realidade, que hoje tem sua face mais visível nos incêndios florestais que se multiplicam, mais uma vez coloca em evidência a Amazônia brasileira, equivocadamente apontada, apesar de todos os erros e da omissão das autoridades brasileiras, como a grande vilã neste contexto. Erramos e erramos muito, deixando de perceber, de levar em conta, a importância da floresta, dela cuidando com desvelo e, sobretudo, com políticas de manejo adequadas. Ainda assim não podemos carregar a culpa e para isso basta que se examinem relatórios isentos, deixando claro que o problema maior é a emissão de gases, concentrada nos países altamente industrializados, que, espertamente, tentam desviar o foco das atenções.

Afinal, cabe não perder de vista que o crescimento industrial ganhou amplitude, a partir do final da Segunda Grande Guerra, justamente nos países mais ricos, que concentram renda, produção e consumo, em bases claramente desequilibradas. Este é o principal problema, o que deve ser atacado com mais ênfase, afinal não há como negar que seja a principal causa do aumento da emissão de gases e, consequentemente, do aquecimento global.

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