EDITORIAL | Horizonte carregado

18 de setembro de 2021 às 0h30

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Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

A calma aparente dos últimos dias, com ares de trégua mas com direito a pequenos deslizes para que não nos distanciemos muito do mundo real, deu espaço para que algumas vozes importantes se fizessem ouvir, dando conta da precária situação econômica do País.

Para resumir, houve até quem dissesse que, examinados os números e feitas algumas contas, resta a conclusão de que estamos muito próximo de uma situação de falência. Por seu lado, o ministro Paulo Guedes, que quase sempre procura jogar água fria na fervura, disse que o “barulho político” mantém o dólar nas alturas e barra avanços consistentes, que produzam pelo menos esperanças, no campo da economia.

A rigor, para quem observa e presta atenção, nenhuma surpresa. Da mesma forma não trouxeram surpresas alguns estudos divulgados durante a semana, dando conta de que as esperanças de retomada no próximo ano, animada pela melhoria nas condições sanitária e pela trégua anunciada no campo político, muito provavelmente serão frustradas.

Fortemente frustrada, é devido acrescentar, com bancos como o Itaú e instituições de pesquisa econômica colocando o provável crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 1% em 2022. Para o presidente Bolsonaro e suas pretensões de um segundo mandato, aparentemente cada vez mais distantes, pode ser algo equivalente à tempestade perfeita. Na prática, mais m risco.

A ninguém é permitido ignorar que a corrida eleitoral, por enquanto solitária, segue trabalhando intensamente, para o atual inquilino do Palácio do Planalto, com prestígio e apoio em baixa, as esperanças residiam exatamente numa certo alívio na economia, que certamente seria explorado a seu favor. Mais um perigo.

São os pacotes de bondades que correm, velozes, à margem de orçamentos e quaisquer preocupações racionais e devem significar que as contas que já estão ruins ficarão piores ainda. Sem nenhum disfarce, às claras, e cavando mais fundo os buracos do déficit e da dívida pública.

Resta ao mercado, aos agentes econômicos e financeiros, que tanto apostaram nas mudanças prometidas, tentar resistir, mesmo que num ambiente a cada dia que passa mais difícil.

Mesmo que com alguma precaução já é possível dizer que os poderes da República se acalmaram, entenderam que é preciso ter mais juízo. Falta-lhes entender, diante das condições da economia, que não se pode medir esforços para que não se cumpram as previsões de que o Brasil caminha na direção da falência.

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