EDITORIAL | Sem espaço para relaxar

27 de novembro de 2021 às 0h30

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Crédito: REUTERS/Eva Plevier

Ressurgem, na Europa, novos e inquietantes sinais com relação à pandemia, com situações extremas como na Áustria, onde é baixa a cobertura vacinal e o lockdown voltou a ser estabelecido. Enquanto cientistas repetem que muito pouco se sabe sobre o coronavírus e seu comportamento, outros países, até mesmo Alemanha e Grã-Bretanha, emitem advertências de alarme, dando como plausível uma quarta onda de infecções.

Também nos Estados Unidos as luzes vermelhas estão novamente acesas. No Brasil – e nesse ponto vale recordar o que aconteceu no início da “gripezinha” – a situação parece oposta, ficando a impressão de que muitos dão por vencida a batalha. Medidas preventivas são relaxadas, inclusive o uso de máscaras em ambientes abertos, enquanto grandes eventos, como jogos de futebol, voltam a receber grandes públicos.

É neste contexto, em que de fato as ocorrências e fatalidades tiveram baixa significativa, enquanto a cobertura vacinal se aproxima de 70% da população, e com a aproximação do final do ano, cogita-se de abertura mais ampla para as festas de fim de ano. O Carnaval também entrou na pauta, com muitos defendendo que a grande festa popular retome todo seu brilho e intensidade em 2022. Belo Horizonte não foge à regra, com a Prefeitura antecipando que não patrocinará as festividades, porém sem deixar claro se elas estarão liberadas ou não.

Sobre o assunto também se manifestou esta semana o Comitê de Enfrentamento à Covid, que divulgou nota técnica desaconselhando a realização de eventos de fim de ano e o Carnaval em 2022. Por elementar, lembra que a cobertura vacinal atinge níveis de segurança aos 85%, a dose de reforço ainda alcança pequena parcela da população e a imunidade perde potência a partir de seis meses depois da aplicação da segunda dose. Tudo isso desaconselha aglomerações típicas dessas festividades, mas ainda tendo em conta a grande mobilidade urbana, nacionalmente, nessas ocasiões.

Para o comitê existem riscos reais, a exemplo do que vem acontecendo na Europa e América do Norte, de recrudescimento da pandemia, uma vez que a circulação viral se mantém e, provavelmente, não haverá tempo hábil para aplicação de dose de reforço em toda a população elegível.

São ponderações e constatações que não se pode ignorar, da mesma forma que é impossível esquecer que mais de 600 mil brasileiros perderam a batalha contra a Covid. Como não é possível ignorar que muitas dessas perdas poderiam ter sido evitadas com cuidados que foram negligenciados. É impositivo não baixar a guarda agora.

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