Falando de energias sutis

1 de maio de 2021 às 0h10

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Crédito: Pixabay

“O espírito humano é que nem o paraquedas. Só funciona aberto.” (Jacques Bergier e Louis Pawells)

Num encontro virtual de velhos conhecidos, a hipnose, o magnetismo, a manipulação de energias sutis foram objeto de animada troca de ideias. Palpitei a respeito, prometendo, pra depois o relato de episódios intrigantes relacionados com a temática. Cumpro na sequência a promessa.

Alexandre Gonçalves Amaral, personagem retratado em meu livro “Um certo Dom”, foi um hipnólogo fantástico. Fazia qualquer pessoa receptiva dormir num átimo. Presenciei demonstrações impressionantes. Bem superiores, em efeitos inusitados, a tudo o que, no gênero, a televisão costuma de vez em quando mostrar. Vi pessoas, sob a ação da hipnose por ele aplicada, ficarem suspensas entre duas cadeiras, a cabeça de um lado, os pés do outro, o corpo enrijecido solto no vácuo. Mesmo franzinas, elas suportavam uma carga de peso inacreditável. Testemunhei o caso de uma freira dominicana, com inchação descomunal na face, às voltas com dolorosa infecção dentária que lhe arrancava gemidos ao mais leve sopro de vento. Alexandre acompanhou-a, para um atendimento especial, ao consultório odontológico do doutor Adão Champs, na rua do Comércio, Uberaba. Hipnotizada, em curtíssima fração de tempo, a freirinha foi submetida, na mesma hora, a um tratamento complexo que se arrastou por um bocado de tempo e que, à primeira vista, parecia destituído de qualquer viabilidade. A paciente não esboçou o menor sinal de sofrimento no curso do extenuante processo terapêutico. E o melhor de tudo: deixou a cadeira do dentista liberta do mal que a afligia.

Outra modalidade instigante contemplada nessa lida sua com as energias sutis consistia na imposição de mãos para provocar a insensibilidade de partes corporais. Com um simples toque, conseguia anestesiar de verdade uma região determinada do corpo da pessoa envolvida na experiência, a ponto de se poder até mergulhar ali uma agulha pontiaguda. Mantida consciente, a pessoa não denotava desconforto, temor ou incômodo. Valendo-se desses preciosos dons, ou, como talvez preferisse dizer, aplicando essas técnicas, o Bispo “tratou” com êxito pacientes tabagistas, alcoólicos e vítimas de outros problemas. Concorreu para que fossem melhoradas as condições físicas, psicológicas e mentais de numerosos viventes.

Sabendo-me interessado em fenômenos extrassensoriais e estudos de ufologia, Alexandre convocou-me, em inúmeras ocasiões, para uma troca de ideias sobre esses assuntos. Batemos animados papos a respeito de discos-voadores, da possibilidade de vida inteligente fora do planeta e de outras ocorrências inexplicáveis que eu, pessoalmente, costumo enquadrar como itens integrantes do assim chamado Realismo Fantástico, tomando emprestada a definição cunhada por Jacques Bergier e Louis Pauwell.

Em duas vezes, uma delas na Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ele patrocinou exposições minhas para falar de discos voadores. Aproveitei a chance para contar tudo que reuni sobre o intrigante tema e que andei colocando na televisão, em programas semanais, durante oito anos. As informações e opiniões recolhidas sobre a extensa casuística do fenômeno, as teses debatidas pelos pesquisadores quanto às origens e significado das estranhas aparições frequentavam com constância nossos amistosos colóquios. Mantive-me sempre atento, à espera de argumentos seus que se contrapusessem às opiniões que expendia. Isso sucedeu em número de vezes muito menor do que podia a princípio supor. Nesses instantes, projetou-se claro, aos meus olhos e entendimento, o paternal empenho de Alexandre em corrigir uma que outra interpretação dada por mim aos fatos e que em seu modo de ver, não pareciam apropriadas.

O espírito de Alexandre permanecia sempre aberto. Como os autores já citados, ele sabia muito bem que o espírito humano é que nem o paraquedas. Só funciona aberto.

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