Pecados capitais (I)

2 de setembro de 2021 às 0h10

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Crédito: Freepik

“À questão sempre formulada: por que escreveis? a resposta do poeta será sempre a mais breve: para viver melhor.” (Saint-John Perse)

Leitor de Araxá indaga-me, pelo celular, se conheço um livro intitulado “Os Sete Pecados Capitais nas Organizações”. A minha resposta deixa-o, naturalmente, surpreso: – Não só já li o livro como também privo da amizade da autora e, ainda por cima, escrevi o prefácio.

Acrescento a explicação de que Tania Mara Costa, psicóloga, consultora empresarial renomada, diretora tesoureira da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (Amulmig), lançou o livro há duas décadas.

De duas vezes, passo aos leitores o texto do prefácio, com convite para que leiam o livro.

“Confesso, de cara, em reta e lisa verdade, que eu reconheci a autora deste livro, Tânia Mara Costa, antes mesmo de conhecê-la. Se isso estiver parecendo charada para alguém, peço licença para recorrer, sem o mais leve intuito de provocação, ao Nelson Rodrigues, quando se reporta aos ‘idiotas da objetividade’. A expressão cunhada pelo brilhante e polêmico dramaturgo, a seu modo um analista dos costumes, serve para classificar um naipe muito específico de indivíduos. Aqueles que não conseguem, de jeito maneira, perceber na instigante e complexa convivência humana, nada além das ‘regras lógicas’ e desbotados ‘clichês mentais’ extraídos de manuais de vida engessados no tempo. Não entendem patavina e nem procuram compreender nadica de nada das chamadas percepções extras. Das manifestações de sensibilidade mais aguçadas do espírito. Coisas que, queiramos ou não, fazem parte de nosso fascinante, posto que misterioso cotidiano.

Aconteceu do jeitinho que foi contado. Ao ver a Tânia pela primeira vez, numa reunião de trabalho, aquela exuberância verbal toda, emoldurada numa postura gestual helênica, a serviço de ideias generosas, identifiquei de pronto, com os olhos do espírito, um ser humano e uma profissional fora dos padrões. Melhor dizendo, acima. Na linguagem saborosa das ruas, meu santo bateu com o dela. E se a memória não estiver a fim de traí-la, ela estará se lembrando das palavras que disse, à hora da apresentação: – Te reconheci, antes de te conhecer. Acrescento, a bem da verdade, que ela entendeu o recado. É assim, sempre, entre pessoas que se descobrem companheiras de ideais, logo à primeira vista. No ambiente de trabalho, prevaleceu entre a gente uma comunhão de vontades que, em termos de ações sociais, rendeu desdobramentos bastante positivos. Chegou uma hora, contudo, em que a natural vocação de empresária da Tânia não mais pôde ser sofreada. Ela deixou o cargo que ocupava exatamente no momento em que, por força de indiscutível competência, seu nome era cogitado para função executiva de maior relevância na instituição, no caso o Sesiminas.”

A conclusão do prefácio fica para a sequência.

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