A confirmação do primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil acendeu, de vez, o sinal de alerta no setor de turismo nacional. Passageiros com bilhetes emitidos para a Europa, especialmente para a Itália, correram assustados atrás de informações nas agências de viagem e companhias aéreas.
Ainda não existem números oficiais sobre cancelamentos e adiamentos, mas a movimentação é grande. De acordo com presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem de Minas Gerais (Abav-MG), Alexandre Brandão, todos os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão sendo seguidos e o momento ainda é de aguardo por parte das agências de viagem.
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“O volume de consultas sobre condições de adiamento e cancelamento aumentou, mas ainda não temos estimativas sobre o volume de efetivações dessas consultas. Para a China, normalmente, são poucos turistas, quase todos corporativos e as vendas estão praticamente zeradas. Para outros países da Ásia sentimos uma diminuição. O agravamento da situação na Itália é o que mais nos preocupa, já que historicamente é um dos países mais visitados pelos mineiros”, explica Brandão.
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) esclarece que cada companhia tem liberdade para lidar de maneira autônoma com a situação. A maioria está estudando caso a caso e várias liberando os consumidores das multas em caso de adiamento.
Na Master Turismo o número de consultas disparou a partir de sexta-feira (21). A notícia de um brasileiro contaminado vindo da Itália assustou muita gente. Por enquanto, segundo a gestora de lazer da Master Turismo, Débora Mendes, os cancelamentos não foram efetivados, mas a situação para a semana que vem é incerta. Turistas com viagem marcada para outros destinos como Dubai e Paris também já demonstraram preocupação.
“Já tivemos alguns pedidos de adiamento e cancelamento, mas ainda não foram confirmados. A questão da Itália pesou mais sobre o medo dos brasileiros. As pessoas estão receosas quanto às conexões até mais do que sobre os destinos. As companhias aéreas estão analisando caso a caso e temos conseguido com alguns hotéis o adiamento sem custos, por enquanto”, afirma Débora Mendes.
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O Procon da Assembleia divulgou nota orientando os consumidores que querem cancelar as viagens para áreas consideradas de risco para a Covid-19. “Os consumidores que compraram passagens ou pacotes de viagem para o exterior, notadamente países que estão registrando casos expressivos de infecção pelo coronavírus, podem optar pelo cancelamento ou remarcação da viagem sem ônus. Por tratar-se de uma situação emergencial e que representa riscos à saúde e à vida das pessoas, as agências de viagens, hotéis e companhias aéreas devem se abster de quaisquer multas em caso de cancelamento ou remarcação, caso sejam esses os desejos de seus clientes”, diz a nota.
O Procon orienta que o consumidor que desejar cancelar ou remarcar sua viagem deve inicialmente procurar a agência, o hotel ou a companhia aérea para negociar a alteração do contrato. Caso não tenha sucesso, ele deve se dirigir ao Procon de seu município ou o Poder Judiciário e registrar uma reclamação.