Dólar recua para R$ 4,04 e bolsa tem queda de 0,13%

São Paulo – O dólar ameaçou engatar o segundo dia de queda, flertando com os R$ 4 reais, mas a falta de novidades positivas na cena doméstica e renovadas tensões comerciais no exterior fizeram a moeda recobrar parte do fôlego, fechando apenas em leve queda. A ausência de um tom mais dovish da parte do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) também desestimulou a continuação de venda de dólar.
O dólar à vista caiu 0,19%, a R$ 4,0402 na venda. No piso da sessão, o dólar marcou R$ 4,0075 reais. Na B3, a taxa do contrato de dólar futuro de maior liquidez subia 0,10%, a R$ 4,0475.
Na véspera, o dólar à vista havia perdido 1,39%, maior depreciação diária desde o fim de janeiro passado.
“Ainda acho que o mercado vai testar a compra de dólares de novo. E ficarei feliz em vender nos picos de alta”, disse o chefe da mesa proprietária de um banco em São Paulo, que preferiu não se identificar.
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Ainda assim, ele reduziu posições vendidas em dólar, com a moeda norte-americana a alguma distância das máximas recentes. O dólar está 1,57% abaixo do pico em oito meses alcançado na segunda-feira, de R$ 4,1048.
Além dos ruídos domésticos, analistas têm destacado que o componente externo tem mantido o real sob intensa pressão.
A desvalorização do real se acelerou recentemente conforme o iuan chinês se aproximou da marca de 7 por dólar, nas mínimas desde o fim do ano passado. O Morgan Stanley considera que a divisa chinesa se tornou um termômetro de percepção de risco.
Sobre o real, o efeito se dá via comércio, especialmente porque a China é o principal destino das exportações do Brasil. Os impactos sobre a taxa de câmbio brasileira são piorados, uma vez que o real é uma das mais líquidas moedas emergentes.
Bolsa – A bolsa paulista encerrou em leve baixa nesta quarta-feira, com atenções voltadas ao cenário político doméstico em dia de queda em Wall Street, diante de preocupações com o crescimento global com a deterioração das relações entre Estados Unidos e China.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,13%, a 94.360,66 pontos. O giro financeiro somou R$ 14,3 bilhões. Nas últimas duas sessões, o Ibovespa teve alta acumulada de R$ 4,99, zerando as perdas da semana anterior.
Para o sócio fundador da SVN Investimentos, Rodrigo Zauner, prevalecem no mercado avaliações de investidores de que a melhora das expectativas do mercado sobre a economia depende sobretudo da aprovação da reforma da Previdência.
As principais praças no exterior encerraram em queda, com maior aversão a ativos de risco decorrente de notícias de que Washington pode impor sanções a outras companhias chinesas.
Petrobras PN perdeu 0,42% e Petrobras ON subiu 0,21%, em dia de queda nos preços do petróleo. (Reuters)
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