Opinião

O caminho para a empregabilidade

O caminho para a empregabilidade
Crédito: Divulgação

Alexey Carvalho*

Os dados oficiais apontam que o Brasil possui cerca de 14 milhões de desempregados, isso sem contar os trabalhadores subutilizados, que exercem funções abaixo da qualificação e que hoje chegam a 28,4 milhões de pessoas, segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Número recorde da série histórica que começou a ser contabilizada pelo instituto em 2012. O cenário pode induzir à desmotivação, por isso cuidar da empregabilidade é fundamental.

Ser um profissional empregável não surge com a conclusão de um curso ou a partir da experiência em determinada empresa. Esse atributo é construído ao longo da trajetória profissional e, para isso, deve ser conscientemente planejado, contribuindo assim, para que o profissional possa mitigar os impactos e efeitos dos momentos de incerteza do mercado.

Dentre os fatores que envolvem a empregabilidade, o desenvolvimento de habilidades e competências, as chamadas “skills”, é o ponto de partida para quem quer ter seu valor profissional reconhecido. No âmbito das habilidades e competências técnicas ou específicas, a educação formal é o caminho mais indicado, por meio de cursos de aprimoramento, extensão, cursos livres, assim como, de graduação e pós-graduação. Há áreas, como a de tecnologia, por exemplo, que além das formações, valorizam as certificações. Importante ter consciência que o investimento pessoal em educação deve ocorrer ao longo da vida para que o profissional esteja atualizado e acompanhe o mercado, estando apto a atender as demandas crescentes de novas empresas, ou qualificado para ser promovido em seu emprego.

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Dados de uma pesquisa realizada em 2018, por uma consultoria internacional, revelam que nove em cada 10 profissionais são contratados pelo perfil técnico e demitidos pelo comportamental. Isso significa que, além das habilidades técnicas, é fundamental desenvolver habilidades socioemocionais. Conhecer as próprias emoções e saber como aplicá-las para estimular a convivência com o outro é a chave para melhorar o ambiente de trabalho.

Além do desenvolvimento das competências profissionais, o planejamento de carreira é outro fator importante para manter a empregabilidade. O especialista deve ter clareza de onde está e onde pretende chegar, revendo constantemente esses pontos, de acordo com as mudanças do mercado. É importante considerar neste planejamento a questão financeira, anseios pessoais ou profissionais, aspectos familiares e de mobilidade, por exemplo.

A criação e a manutenção de uma rede de relacionamentos também contribuem para manter a empregabilidade. Aqui vale o alerta de que uma boa rede é fortalecida pelas interações constantes e pela colaboração mútua. Compartilhe conteúdo relevante, divulgue oportunidades de trabalho e de formação, conecte pessoas de círculos diferentes, tudo isso sedimenta as relações.

Comece hoje mesmo a cuidar de sua empregabilidade, pesquise aquele curso que gostaria de fazer ou aquela habilidade que deseja desenvolver, retome sua rede de contatos, pois os profissionais com melhor qualificação e com reconhecido valor para o mercado têm as melhores oportunidades.

* Doutor em Educação, Pesquisador de Pós-doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atua como diretor executivo da Universidade Anhanguera

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