Margarete Coelho não irá para a Caixa

Brasília – Integrantes do PP afirmam que a ex-deputada Margarete Coelho (PP-PI) não será a presidente da Caixa Econômica Federal no lugar de Rita Serrano, como foi aventado. Caberá ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicar quem comandará o banco.
O parlamentar disse a aliados que quer para o cargo um perfil que já tenha experiência na área e em quem possa confiar a gestão do órgão, que praticamente equivale a um ministério. O deputado analisa quatro nomes para a função, dos quais dois são homens e dois são mulheres, de acordo com pessoas próximas.
O acerto de que caberá a Lira a indicação foi feito durante a negociação da minirreforma ministerial promovida pelo governo na última semana.
Parlamentares do centrão dizem ainda que o presidente Lula (PT) sinalizou que entregará a Caixa Econômica ao centrão de “porteira fechada” a Lira, o que significa, no jargão político, que o petista deve ceder todas as 12 vice-presidências do banco para indicações políticas.
A indicação foi dada pelo chefe do Executivo ao próprio presidente da Câmara na última quarta-feira (6), dia em que foram anunciadas as trocas na Esplanada. O deputado esperava esse gesto para destravar de vez a reforma ministerial.
O presidente, porém, pediu mais uma conversa com Lira para fechar o desenho da Caixa e quer saber quem são os nomes que ele pretende colocar lá. Enquanto o impasse não é resolvido, “nada passa” na Câmara, segundo relatos recebidos por membros do governo.
Lula resistia a ceder duas das vice-presidências do banco. A principal delas, a vice-presidência de Habitação Social, que coordena os pagamentos do Minha Casa, Minha Vida, é ocupada por Inês Magalhães, considerada uma pessoa de extrema confiança do presidente.
A permanência dela é reivindicada tanto pelo PT como por integrantes do governo. Segundo relatos, Lira chegou a sugerir a Lula que a Inês ocupasse o mesmo cargo que tem na Caixa, mas no Ministério das Cidades. O desfecho da vice-presidência será acertado em conversa entre os dois.
Lira quer usar a Caixa como forma de contemplar seu grupo político na Câmara, que soma cerca de 200 deputados. Ele pretende distribuir as vice-presidências a partidos como a União Brasil, Republicanos e parte do PL. A federação PSDB/Cidadania também seja contemplada.
O líder da legenda na Câmara, Elmar Nascimento (BA), já relatou a aliados ter a expectativa de indicar o titular da vice-presidência de Habitação como compensação pelo partido não ter sido contemplado com Correios e Embratur o que ainda não se concretizou.
Lira tem deixado claro aos pares que, assim como terá o poder de indicar, ele também poderá demitir quem quiser quando achar conveniente.
Falta experiência
A decisão de não nomear Margarete Coelho para o comando do banco, por exemplo, passa pela falta de experiência da ex-parlamentar no setor. Antes dela, o ex-presidente da Caixa Gilberto Occhi chegou a ser cotado para o posto, mas também foi descartado.
Além da negociação em torno da Caixa, o governo também acertou com o Republicanos que a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) será do partido quando ela for recriada. (Julia Chaib)
Ouça a rádio de Minas