Finanças

Atividade econômica do 3º tri preocupa

Haddad disse que é necessário traçar “a melhor trajetória possível” para haver equilíbrio entre a atividade econômica e a inflação
Atividade econômica do 3º tri preocupa
Fazenda diz que em agosto atividade econômica já “dava sinais de desaceleração importante” | Crédito: Claraboia Filmes/CNI

São Paulo – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na sexta-feira (20) que a atividade econômica do terceiro trimestre preocupa e que os diretores do Banco Central que defenderam corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros em agosto estavam corretos porque a desaceleração já estava dando “de maneira importante”.

“As pessoas que à época criticaram o BC pelo corte de meio (ponto percentual) hoje tem que rever sua posição porque, de fato, o meio ponto ali, era o último momento que nós tivemos para começar o ciclo de cortes”, disse Haddad a jornalistas.

Ele afirmou que desde a divulgação dos números do PIB do primeiro trimestre do ano vem alertando sobre o fraco desempenho da economia na margem. “Já naquela época eu dizia que nós estamos com uma desaceleração forte”, afirmou.

Seus comentários vieram logo após dados do BC mostrarem que o IBC-Br, previsto para o PIB, caiu 0,77% em agosto, bem mais do que o esperado por economistas.

Falando em coletiva de imprensa sobre a resolução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) relacionada ao Plano de Transformação Ecológica, Haddad disse que é necessário traçar “a melhor trajetória possível” para haver equilíbrio entre a atividade e a inflação.

Ele demonstrou estar otimista sobre a convergência da inflação para a meta ao longo do tempo, mas argumentou que não se pode atingir uma taxa de preços almejada de forma acelerada, com prejuízos à “economia real”.

“Temos que ter cautela e tomar as melhores decisões para conciliar esses fatores em busca de bons resultados de crescimento e de inflação”, afirmou Haddad.

A decisão do BC de agosto, que levou a Selic a 13,25% ao ano, dividiu os diretores e foi aprovada por cinco votos a quatro, com a minoria defendendo um corte menor, de 0,25 ponto percentual. Na reunião de política reunião seguinte, em setembro, o BC promoveu novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa e indicou que manterá esse passo nas duas últimas reuniões do ano.

Reforma tributária

Questionado sobre a tramitação da reforma tributária no Senado, Haddad disse que ainda está aguardando receber o texto do relator da matéria na Casa, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), e que deseja realizar análises de impacto para cada exceção que tenha sido proposta.

O ministro destacou que é fundamental que os parlamentares conheçam os impactos para saberem “no que estão votando”, enfatizando que quanto maior for a segurança sobre as propostas, maior será a confiança em seus benefícios e de que uma reforma poderá ser aprovada no Congresso até o fim do ano.

“Se o governo em seu primeiro ano conseguir entregar uma reforma, será realmente um feito muito grande no Brasil, pela conjugação de esforços no sentido da modernização da economia brasileira”, disse.

O ministro ainda enfatizou a necessidade da aprovação de medidas que visam aumentar a arrecadação federal, como o projeto de lei que prevê a tributação das offshores e dos fundos exclusivos, a fim de cumprir a meta de zerar o déficit fiscal primário ao fim do próximo ano.

“Para fechar o orçamento de 2024, eu preciso da aprovação daquelas medidas. Então, nós estamos dialogando e esclarecendo o quão importantes são essas medidas e quão justas são. Elas têm um caráter de justiça tributária”.

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