Busca por milho brasileiro ameaça domínio dos EUA

15 de novembro de 2019 às 0h04

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Grãos - Crédito: Pedro Revillion/Palácio Piratini

São Paulo – A demanda por milho brasileiro nunca cresceu tanto no País, com as indústrias de carne aumentando o consumo do principal ingrediente da ração para aves e suínos, ao mesmo tempo em que o Brasil tem agora uma crescente produção de etanol a partir do cereal, disse o diretor-presidente da SLC Agrícola, uma das maiores companhias do setor no País, na quinta-feira (14).

“A demanda por milho no mundo é crescente e no Brasil está se fortalecendo, pelo etanol e pelas carnes também. Com a China importando mais todas as carnes, nunca a demanda cresceu tanto como cresceu agora. Temos mercado interno e de exportação, por isso está em patamar de preço interessante (do milho)”, disse Aurélio Pavinato.

Embaladas pela safra recorde, por câmbio e preços favoráveis, as exportações do Brasil deverão atingir um recorde de 39 milhões de toneladas em 2018/19, previu a Companhia Nacional de Abastecimento na quarta-feira (13), enquanto projeta um aumento de 3,85 milhões de toneladas no consumo interno na temporada, para 63,9 milhões de toneladas.

Na nova safra (2019/20), embora veja uma redução na exportação do Brasil para 34 milhões de toneladas, a Conab projeta novo salto no consumo doméstico, para 68,1 milhões de toneladas.

EUA – A exportação está tão forte este ano que o Brasil está ameaçando o domínio dos Estados Unidos, conforme pontuou uma colunista da Reuters.

Além disso, com a China impulsionando as compras de carnes do Brasil enquanto o país asiático lida com menor oferta em função da peste suína africana, os preços do milho subiram mais de 5% neste mês, para mais de R$ 44 por saca, segundo o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

“Alguns meses atrás, o cenário de preços era negativo, isso se reverteu, isso nos coloca em patamares melhores de soja e milho. Isso nos garante patamar adequado de margens”, disse Pavinato, durante teleconferência dos resultados da empresa.

A produção de etanol de milho do Centro-Sul na nova safra aumentará quase 50%, para 1,8 bilhão de litros, com a ampliação da capacidade produtiva por meio da inauguração de novas destilarias, segundo estimativa da consultoria INTL FCStone.

Soja – Mesmo para a soja, cujos preços sofreram o impacto da menor demanda da China em função da peste suína africana, o valor está de volta a patamares adequados, disse o executivo.

Para ele, o “estrago” causado pela peste suína africana é grande para o plantel suíno chinês, mas não tão grande para consumo de soja, na medida em que outros países estão processando mais a oleaginosa para produzir ração para atender ao mercado de carnes chinês.

O cenário de baixa da soja passou “muito rápido”, disse ele, após o mercado ter sofrido pressão por alguns meses diante da epidemia da peste na China.

Ele lembrou que a safra de soja 2019/20 no mundo será menor, após os EUA terem sido afetados por problemas climáticos, o que reduzirá os estoques globais.

Após vários anos de superávit, o mercado de soja verá um déficit de pelo menos 13 milhões de toneladas, disse a SLC, citando dados do Departamento de Agricultura dos EUA. (Reuters)

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