Codevasf repovoa lago de Três Marias

23 de abril de 2020 às 0h10

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Matrinxã (foto), nativo da região e em processo de extinção, está entre as espécies escolhidas para o repovoamento no município | Crédito: Maria José Ferreira Tupinambá

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) tem trabalhado para promover o repovoamento no lago da barragem de Três Marias e em vários rios e córregos das regiões do Alto e Médio do Rio São Francisco em Minas Gerais. O

objetivo é recompor a fauna dos rios, lagoas e grandes reservatórios hídricos da bacia do rio São Francisco, o que é importante para a manutenção e aumento dos estoques pesqueiros. O repovoamento, feito com espécies nativas, também é importante para garantir o pescado e a renda para as famílias da região.

De acordo com o chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias (CIT) da Codevasf, Julimar dos Santos Sousa, o trabalho de repovoamento do lago da represa de Três Marias é realizado há cerca de 40 anos e tem importante papel econômico, social e ambiental. Ao longo dos anos, foram reintroduzidas diversas espécies de peixes nativos e que estavam desaparecendo do lago.

“Desde que os trabalhos foram iniciados, houve um grande avanço. Dez anos após a construção da barragem, foram feitos diversos levantamentos, onde se constatou a redução do volume e das espécies de peixes presentes. Começamos a fazer o peixamento e também fazemos uma pesca científica, três vezes por ano, para verificar se o trabalho tem sido suficiente. Os resultados têm sido positivos e de grande importância econômica, social e ambiental, já que estamos encontrando exemplares das espécies que foram soltas”, explicou.

Dentre as espécies que estão no projeto de repovoamento está o matrinxã, nativo da região e que está em processo de extinção. Somente no primeiro semestre, serão soltos cerca de 60 mil alevinos da espécie.

Peixamento – Conforme a programação da Codevasf, o peixamento foi dividido em sete ações de solturas dos alevinos, que começaram logo na primeira semana de abril, com a liberação de 10 mil unidades realizada no córrego Riacho Frio. Também foram soltas mais de 5 mil unidades no córrego Extrema Grande e, ainda no município de Três Marias, foram lançadas 20 mil unidades nas águas do lago da barragem.

A barragem do Bico da Pedra, no município de Janaúba, região Norte do Estado, também recebeu 15 mil alevinos, sendo 10 mil da espécie matrinxã e 5 mil de curimatá-pacu.

Até o final do semestre, a Codevasf soltará mais 10 mil alevinos da espécie curimatã-pacú e 5 mil da espécie matrinxã, na foz do rio Picão, no município de Bom Despacho.
Para o segundo semestre, entre outubro e novembro, estão previstas novas solturas com espécies diferentes, incluindo o piau, curimatá-pacú, curimatá-peoa, cascudo preto, pacamã, matrinxã, pirá e, se possível, o dourado. Por ano, são soltos cerca de 220 mil alevinos.

“São espécies importante que soltamos quase todos os anos e que têm grande relevância para a região. O matrinxã tem um papel especial por ser um peixe amplamente consumido e ser um atrativo para a pesca. Cerca de 2 mil pessoas desenvolvem a atividade pesqueira na região e são beneficiadas com o projeto”, disse.

Sousa explica ainda que a espécie matrinxã tem um demanda elevada no mercado, o que é importante para a geração de renda dos pescadores. Além disso, por ser robusto, o peixe é um atrativo turístico, e os pescadores promovem passeios turísticos, sendo mais uma fonte de renda.

Ainda segundo Sousa, após sete anos, a soltura da espécie matrinxã aconteceu diretamente no lago da barragem de Três Marias, o que foi possível devido ao aumento do nível de água na barragem e à produção intensificada em laboratório do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Três Marias (CIT).

Os alevinos foram soltos com tamanho médio de 25 centímetros e com peso próximo de 200 gramas, para que os mesmos possam escapar do predador natural, que é a espécie denominada Tucunaré, presente no lago da barragem.

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