Doma racional eleva produtividade e bem-estar de animal

16 de julho de 2021 às 0h15

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Técnica mostra que carinho no trato com animal dá mais leite | Crédito: Faemg/Divulgação

A rotina é nova, mas é cumprida com rigor pelo vaqueiro. Cerca de vinte dias antes do primeiro parto de cada novilha, Givaldo Macedo começa a preparar o animal para a ordenha. A calma, agora, é a chave do sucesso. Ele a conduz até a sala de ordenha, escova seu pelo e a deixa pronta, com tranquilidade, para as novidades que virão.

“Trabalho com ordenha há mais de 15 anos e nunca imaginei como esse preparo ia mudar tanto as coisas. As novilhas já chegam tranquilas, soltam mais leite, sem briga e sem tomar tanto tempo. Já não precisamos mais aplicar ocitocina, o que gerou ainda mais economia, com tantos benefícios”, conta Macedo. 

A mesma mudança é também festejada em outras propriedades no município de Manga, região Norte de Minas. Por lá, o curso de Doma Racional de Novilhas para Ordenha, promovido pelo Sistema Faemg/Senar/Inaes, derrubou hábitos antigos e provou que carinho dá mais leite sim.

A instrutora Pércia Rocha foi quem ensinou aos participantes as técnicas de doma, visando ao bem-estar dos animais. “Um dos desafios enfrentados pelos produtores é executar o manejo racional em animais mais reativos. Muitas vezes, a ordenha torna-se bastante difícil e há, inclusive, prejuízos na produção leiteira e maior gasto de tempo e de energia do produtor neste processo. Tivemos relatos de produtores que estão na atividade há mais de 30 anos e que ainda não sabiam que era possível, fácil e muito proveitoso domar os seus animais”, diz. 

É o caso de Gilson Fraga. Em mais de três décadas na pecuária leiteira, ele nunca pensou que simples mudanças de comportamento poderiam proporcionar resultados tão rápidos.

“Com o preço da ração lá no alto e o litro do leite lá embaixo, conseguir produzir mais e gastando menos faz toda a diferença. Trabalhar com animais mais tranquilos é muito melhor e a gente ganha até em tempo. Nossa forma de tratar os animais mudou demais. Fazemos as coisas com calma e o animal sem estresse dá muito mais leite. Todo produtor deveria receber esse treinamento. A gente só tem a ganhar em tudo o que o Senar nos traz”, avalia Fraga. 

O treinamento foi solicitado pelo técnico de campo Carlos César Rodrigues dos Santos,ao mobilizador Ednaldo Neves Saraiva, ao perceber a necessidade dos produtores atendidos pelo Programa Especial AgroNordeste, dentro do projeto Leite Saudável.

“Via a dificuldade dos produtores em iniciar os animais na ordenha, manual ou mecânica, com risco frequente de acidentes. Muitas vezes, o animal passava por todo o período de lactação sem se acostumar com o manejo, sem alcançar o potencial de produção que poderia ter se não estivesse estressado. Fiquei muito contente com os resultados nas propriedades e já solicitei mais duas turmas de doma para treinarmos todos os produtores que atendo”, afirma.

Entenda – A instrutora Pércia Rocha explica que quando o animal fica estressado, libera o hormônio cortisol e adrenalina, que inibem hormônios importantes à lactação, como a ocitocina. “Isso atrasa o ‘descer’ do leite. E gera custos, desde a necessidade de aplicação da ocitocina injetável até outras dificuldades do manejo que podem ser prejudiciais às instalações e machucar animal ou o produtor. Há, inevitavelmente, uma perda de produção”. (Com Faemg)

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