Transporte Público

Após redução da passagem de ônibus, CMBH quer garantir melhoria do serviço

O subsídio para reduzir o valor da passagem só será liberado se houver melhoria na qualidade e o conforto do transporte público para o cidadão

21 de agosto de 2023

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Crédito: Barbara Crepaldi/CMBH

O deslocamento até o trabalho, a volta para casa e até mesmo um passeio em momentos de lazer podem ser um desafio diário para quem depende do transporte público em Belo Horizonte.

Desde o dia 8 de julho, a iniciativa da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), por meio da Lei 11.538/23, reduziu o valor das passagens para R$ 4,50, aliviando o peso no bolso dos usuários. 

Com o apoio dos próprios parlamentares, mais de R$ 120 milhões foram economizados em verbas, que serão usados para subsidiar o reajuste.

No entanto, para que aconteça a liberação dos recursos, o Legislativo Municipal exigiu das empresas prestadoras do serviço algumas condições para melhorar a qualidade e o conforto do transporte público para o cidadão.

Entre as demandas definidas estão melhorias nos veículos, que devem circular limpos, com ar-condicionado funcionando e aceitar diversas gratuidades. 

Além disso, foi estipulado o aumento em pelo menos 10% do total do número de viagens realizadas e a substituição de carros que já passaram da idade máxima de uso.

Cidadão como agente fiscalizador

Para ajudar na fiscalização dos serviços, foi aberto um canal de comunicação, gerenciado pela Superintendência de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (Sumob), a pedido da Câmara de Vereadores, para que os cidadãos pudessem denunciar irregularidades pelo WhatsApp. 

Com apenas 20 dias no ar, mais de 1,6 mil reclamações sobre as más condições dos ônibus foram registradas. Entre os registros estão atrasos nas viagens, elevadores quebrados e portas com defeito. 

No mesmo período, foram aplicadas 619 autuações às concessionárias, que deixaram de receber R$ 1,4 milhão no pagamento da primeira parcela do subsídio pelo não cumprimento das normas de qualidade estipuladas pela CMBH.

A estudante de jornalismo Bruna Vitória Tavares e Silva aponta que a principal dificuldade no deslocamento usando transporte público é o atraso e, consequentemente, a quantidade de pessoas por viagem.

“Sempre vou em pé no ônibus. Na volta, eles estão sempre lotados e geralmente demoram mais para passar também. Principalmente no horário da manhã saindo da estação, a fila é sempre enorme, alguns motoristas mal-educados e muito atraso”, revela.

A estudante relata ainda outra situação que causa inconvenientes no percurso. “Nos dias chuvosos, geralmente chove mais dentro dos ônibus do que fora. A água da chuva entra pelos espaços destinados ao ar condicionado, já passei bastante aperto”, afirma

Para a empregada doméstica Angela Penha Lisboa Gomes, não houve nenhuma diferença efetiva na qualidade do serviço prestado nos últimos meses.

“Eu não percebi mudança nenhuma, para mim continua do mesmo jeito. Continuo pegando ônibus cheio e, na maioria das vezes, eles atrasam. Tem uns que o ar condicionado não refresca direito”, diz.

A auxiliar de escritório Leticia de Cassia Aguilar Outeiro diz que muitas vezes os horários não coincidem com os divulgados e, além da demora, alguns motoristas não param nos pontos definidos.

“Os motoristas veem que a gente dá sinal, tem um monte de gente no ponto esperando o mesmo ônibus e às vezes eles passam direto”, explica.

Na avaliação do auxiliar de acompanhamento operacional Jorge Valença Costa Cunha, o serviço de transporte público em Belo Horizonte é bom. 

No entanto, ele pontua que o principal problema que o afeta no percurso que faz de segunda a sábado para ir ao trabalho é o funcionamento do sistema de refrigeração dos veículos.

“O ar-condicionado só funciona de manhã. De tarde nunca está ligado. Nunca tive problema com atraso devido à demora de ônibus, ele sai religiosamente no mesmo horário”, pontua.

Os usuários que tiverem interesse em contribuir para a melhoria do transporte público na Capital, podem fiscalizar e realizar denúncias pelo WhatsApp (31) 98472-5715.

Confira mais benefícios aprovados pela Câmara

Passe livre integral para estudantes

O pagamento de 50% do valor da passagem para os estudantes da rede pública virou passe livre para o percurso residência-escola-residência. 

A gratuidade é válida para alunos do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que residem a, no mínimo, 1 km da instituição de ensino que frequentam, em Belo Horizonte.

A solicitação do benefício pode ser realizada pelo Portal de Serviços da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e a renovação para alunos já beneficiados acontece anualmente, sempre no final do ano letivo.

O benefício é vinculado à necessidade de deslocamento dos estudantes e observado calendário letivo de aulas presenciais.

Vale transporte de saúde

Destinado aos pacientes, especialmente os oncológicos, o Vale Transporte de Saúde facilita o deslocamento dos usuários que necessitam realizar consultas e procedimentos médicos no Sistema Único de Saúde (SUS).

O benefício é garantido por meio do sistema eletrônico do BHBUS Inclusão Social.

Clique aqui e saiba como ter acesso a esse benefício.

Acesse o portal da PBH para saber como ter acesso ao Cartão BHBus Benefício Inclusão

Auxílio transporte mulher

As mulheres em situação de violência econômica e social também têm o Passe Livre garantido ao se deslocarem para pontos de atendimento designados ao seu atendimento.

Conforme regulamentação publicada no Diário Oficial do Município (DOM), o auxílio será concedido para a realização de viagens no transporte público coletivo, no percurso de ida e volta da beneficiária entre a a residência e as instituições que integram a rede de serviços de atendimento às mulheres em situação de violência doméstica e familiar em Belo Horizonte.

O benefício será ofertado durante o período de acompanhamento e deve ser renovado, pelo menos, a cada seis meses.

Passe livre em vilas e favelas

Uma das gratuidades que já está em vigor é o passe livre para as linhas que circulam nas vilas e favelas de Belo Horizonte, oferecendo mais acesso à mobilidade urbana aos moradores destes locais e facilitando que empregadores contratem pessoas que residam em bairros distantes do centro da capital.

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