Dólar volta a subir e bolsa tem dia positivo
21 de maio de 2019

São Paulo – O dólar fechou apenas em ligeira alta contra o real ontem, e a cotação bateu uma nova máxima em oito meses, num dia que contou com atuações do Banco Central no mercado cambial e mais comentários de autoridades sobre o andamento da reforma previdenciária.
O dólar à vista teve variação positiva de 0,07%, a R$ 4,1048 na venda. É o maior patamar desde 19 de setembro do ano passado (R$ 4,1242). Na B3, o dólar futuro registrava oscilação negativa de 0,01%, para R$ 4,1060.
Depois do surto de volatilidade da semana passada – uma das mais turbulentas para o governo e que fez o dólar registrar a maior valorização semanal desde agosto do ano passado, a segunda-feira foi de tentativas de membros do governo e do Congresso de acalmar os ânimos e passar algum senso de articulação.
O presidente Jair Bolsonaro, contudo, foi menos sutil e disse que a classe política é o grande problema que impede o Brasil de dar certo.
“Na margem, acho que a sensação de risco melhorou, mas ainda falta da parte do presidente (Bolsonaro) uma postura mais amistosa”, disse Rogério Braga, sócio e estrategista na gestora Quantitas.
Apesar de ter fechado perto da estabilidade, o dólar demonstrou volatilidade ao longo do pregão. Depois de bater uma mínima de R$ 4,0783 (-0,58%) logo após a abertura, a moeda tomou fôlego e alcançou uma máxima de R$ 4,1230 (+0,51%) por volta de 12h30. Mas, depois das 13h, passou a perder força, na sequência da definição da taxa Ptax.
A Ptax é uma média de cotações apuradas pelo Banco Central no mercado e serve de referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos. As movimentações em torno dessa taxa tendem a deixar o mercado volátil perto do fim do mês, devido justamente aos vencimentos dos contratos futuros.
A segunda-feira contou com intervenção do BC no câmbio em duas frentes. Primeiro, a autoridade monetária vendeu todos os 5.050 contratos de swap cambial ofertados em rolagem. Em seguida, negociou todo o lote de US$ 1,25 bilhão em rolagem de linhas de dólares.
“A antecipação do anúncio (da rolagem) das linhas é uma estratégia interessante. Tira o conforto do ‘comprado’ (em dólar)”, disse Braga. O BC volta a realizar leilões de rolagem de linhas na terça e quarta.
Bolsa – As ações brasileiras tiveram um repique ontem, com investidores voltando à ponta compradora de papéis que caíram forte na semana passada, num movimento técnico, enquanto seguiram monitorando o noticiário sobre reforma da Previdência.
O Ibovespa avançou 2,17%, a 91.946,19 pontos. O giro financeiro somou R$ 23,4 bilhões, impulsionado pelos R$ 9,26 bilhões do exercício de opções. Na semana passada, o índice acumulou queda de 4,5%.
Para o estrategista chefe da consultoria independente de investimento Levante, Rafael Bevilacqua, mais do que uma mudança da perspectiva do investidor, o movimento desta sessão refletiu mais uma recuperação pontual, pautada pela busca por pechinchas.
“É um ajuste de posições. Os investidores perceberam que a queda acumulada foi exagerada e agora estão realizando ajustes, mas ainda permanecem de olho na Previdência”, afirmou.
Destaque – Petrobras PN subiu 3,4%, enquanto Petrobras ON valorizou-se 1,85%. (Reuters)

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