Inflação aumenta 10,46% na RMBH em 12 meses

11 de novembro de 2021 às 0h30

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O avanço do IPCA foi puxado pelo preço do gasolina, que subiu 2,85% em outubro e 36,89% no acumulado do ano | Crédito: MARCELO CASAL JR. / AGÊNCIA BRASIL

A inflação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) manteve a trajetória de elevação em outubro. No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 1,22% frente a setembro, elevando para 7,77% a inflação acumulada nos dez meses de 2021 e para 10,46% nos últimos 12 meses.

O índice da Grande BH representa o sétimo maior resultado mensal entre as 16 áreas pesquisadas no Brasil e, assim como na média nacional, trata-se da maior variação para um mês de outubro desde 2002 (1,25%).

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e revelam ainda que combustíveis, passagens aéreas e transporte por aplicativos seguem liderando o aumento dos preços na RMBH.

De acordo com o coordenador da pesquisa em Minas Gerais, Venâncio da Mata, justamente o aumento dos preços dos combustíveis, especialmente da gasolina, pressionou a elevação no grupo de Transportes, que chegou a 2,54% no mês e teve forte influência sobre o resultado da região.

“Em outubro, o que puxou o índice foi a gasolina, com aumento de 2,85% – lembrando que este é um subitem bastante consumido pelas famílias e possui peso expressivo na composição. No ano, a elevação dos preços da gasolina na RMBH também é considerável. Chegou a 36,89% de janeiro a outubro e a 42,44% nos últimos 12 meses. Com isso, os demais destaques no grupo de transportes também estão ligados à evolução do preço dos combustíveis”, disse.

Assim, as passagens aéreas aumentaram 37,47% no mês, o transporte por aplicativo, 27,44%, o etanol, 3,72%, a motocicleta ,3,38%, o automóvel usado, 1,63%, e o automóvel novo, 1,4%.

Ainda na composição da inflação na Grande Belo Horizonte no último mês, teve destaque também o grupo de Alimentação e Bebidas, com incremento de 1,54% sobre o mês anterior. Já entre os subitens, Mata citou os aumentos do tomate (36,14%), do frango em pedaços (4,57%), da batata-inglesa (9,61%) e dos panificados (1,18%). Já na alimentação fora do domicílio (1,36%), o lanche teve aumento de 2,56% e a refeição de 0,91%.

“Por outro lado, tiveram quedas o leite longa vida (-3,65%) e o arroz (-1,31%)”, afirmou.

O grupo de Vestuário apareceu logo em seguida na influência do aumento dos preços na Capital no último mês, com alta de 1,12%. Neste caso, as roupas tiveram um aumento de 1,22% no mês.

Além disso, Artigos de Residência evoluíram 1,06%, Habitação, 1,02%, Comunicação, 0,77%, Despesas Pessoais, 0,59%, e Saúde e Cuidados Pessoais, 0,19%. Somente um grupo apresentou deflação: Educação (-0,06%).

Na divisão por subitens, em Habitação, o resultado foi influenciado principalmente pelo gás de botijão (5,41%). Houve também aumentos do condomínio (2,07%) e aluguel residencial (0,98%).

No País, índice atinge 10,67% em 12 meses

São Paulo e Rio de Janeiro – A inflação oficial do Brasil acumulada em 12 meses entrou no quarto trimestre no maior nível do ano, depois de os preços terem registrado máxima para um mês de outubro em 19 anos, pressionados pelos combustíveis.

Em outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,25%, depois de ter subido 1,16% no mês anterior, alcançando a maior variação para o mês desde 2002 (1,31%). A taxa acumulada em 12 meses passou com isso a 10,67%, de 10,25% em setembro, resultado mais forte desde janeiro de 2016 (+10,71%).

Com isso, a inflação segue firme para terminar o ano bem acima da meta, possivelmente na casa dos dois dígitos – a última vez que isso aconteceu foi em 2015 (10,67%). O objetivo oficial é de uma taxa medida pelo IPCA de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os preços vêm sendo bastante influenciados este ano pela força do dólar, bem como crise hídrica e custos altos de insumos. As preocupações com uma inflação persistente já levaram o Banco Central a elevar a taxa básica de juros Selic a 7,75% até agora neste ano.

“O que tem contribuído para inflação dos últimos meses são os monitorados, como combustíveis, gás de botijão e energia elétrica, sendo que desde setembro temos escassez hídrica”, explicou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

O índice de difusão dos preços, segundo o IBGE, subiu a 67% em outubro, de 65% em setembro, indicando maior espalhamento da alta entre os grupos.

O mês de outubro no País foi marcado, novamente, pela pressão dos preços de Transportes, com alta de 2,62%, de 1,82% no mês anterior. Os maiores responsáveis por isso foram os combustíveis, cujos custos subiram 3,21%.

A gasolina subiu 3,10% em outubro e teve o maior impacto individual no índice do mês, marcando a sexta alta consecutiva. Com isso a gasolina acumula alta de 38,29% no ano e de 42,72% nos últimos 12 meses.

Também subiram os preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%).

“A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobras”, disse Kislanov.

Também se destacaram o aumento nos preços das passagens aéreas (33,86%) e do transporte por aplicativo (19,85%).

Também pesou com força no bolso do consumidor o aumento de 1,17% dos alimentos e bebidas, de alta de 1,02% em setembro. O resultado foi puxado por tomate (26,01%) e batata-inglesa (16,01%), devido à redução da oferta por questões climáticas, o que fez os custos da alimentação no domicílio subirem 1,32%.

Habitação – A alta de 1,16% da energia elétrica levou o grupo Habitação a registrar avanço de 1,04% nos preços, embora esse item tenha desacelerado em relação à taxa de 6,47% de setembro. Em outubro, foi mantida a bandeira Escassez Hídrica.

A inflação de serviços também acelerou com força em outubro, para 1,04%, de 0,64% no mês anterior, conforme segue a retomada desse setor com a abertura da economia depois da pandemia de Covid-19.

Numa tentativa de debelar as crescentes pressões inflacionárias, o BC elevou a taxa básica de juros Selic em 1,5 ponto percentual no mês passado, indicando novo aumento da mesma magnitude na reunião de dezembro.

Para este ano, o BC enxerga inflação de 9,5%, indo a 4,1% no ano que vem. Já o mercado vê a alta do IPCA ao fim deste ano em 9,33%, indo a 4,63% em 2022, como mostra a mais recente pesquisa Focus realizada pelo BC junto a uma centena de economistas. (Reuters)

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