Com 55 anos de história, a Liasa, indústria produtora de silício metálico, com sede em Pirapora (Norte de Minas), segue em pleno processo de modernização e de expansão do parque fabril, agregando o conceito de “silício verde” em suas operações. A concepção envolve diversos parâmetros, entre eles, o fato de ser a primeira planta eletrointensiva totalmente abastecida com energia solar e com o redutor 100% reciclável.
A conquista do marco de sustentabilidade é resultado de investimentos de R$ 360 milhões que estão sendo concluídos neste exercício. Além do aumento de 15% na capacidade produtiva, atualmente em 72 mil toneladas/ano, os aportes incluem ações para garantir práticas com foco nos pilares ESG (Ambiental, Social e Governança), em especial o cuidado com o meio ambiente.
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“Este é um ano muito especial. Comemoramos 55 anos de fundação e inauguramos o conceito de silício verde, um esforço que surge no momento em que o mundo está voltado para questões como a pegada de carbono e os cuidados com o meio ambiente. Foi possível alcançar o patamar graças à utilização da energia solar, ao redutor 100% reciclável – que seria o birredutor (carvão vegetal) -, à instalação dos filtros de despoeiramento e à modernização dos fornos”, detalha o presidente da Liasa, Fernando Patrus.
Segundo ele, os esforços representam ainda aumento de produtividade, redução de consumo de insumos e implementação de nova tecnologia com know-how próprio da Liasa. Aliado ao aumento do plantio de árvores e de áreas próprias de florestas e do uso da energia solar em larga escala, isso contribuirá para que a empresa atinja níveis de carbono negativos.
“Estamos nos habilitando para atender aos pilares do ESG. Esses movimentos e estruturas vão fazer com que a Liasa continue crescendo nos próximos anos e seja cada vez mais competitiva e sustentável diante do mercado mundial”, diz.
Produção de silício metálico
Do total produzido pela companhia, 85% vão para o mercado externo, principalmente Europa, Ásia, América do Norte e Oriente Médio. Os 15% que ficam no Brasil se destinam com destaque para Minas Gerais e São Paulo. Conforme o executivo, no ano passado a empresa exportou R$ 880 milhões – volume que deverá ser ainda maior em 2022.
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Como resultado, a empresa apurou receita líquida de R$ 1,252 bilhão em 2021 e lucro líquido de R$ 210 milhões. O Ebitda (lucro sem descontar impostos, juros e amortizações) chegou a 27%.
A Liasa é uma indústria produtora de silício metálico e gera cerca de 1,5 mil empregos diretos e indiretos em Pirapora. Com os aportes previstos, este número deverá saltar para 1,75 mil. A empresa foi a primeira fábrica a produzir silício metálico na América Latina e a primeira do mundo a desenvolver a tecnologia para a utilização do carvão vegetal como redutor para o processo metalúrgico.
Atualmente, é uma das principais empresas do setor, com uma produção de, aproximadamente, 72 mil toneladas ao ano, e representa 7,16% da produção mundial. A expectativa é que atinja 8,23% em 2023. Além disso, representa 33,6% da produção nacional de quatro players. ”O silício é um metal usado em diversas aplicações. A mais conhecida delas é a placa solar para geração de energia. Outra aplicação relevante é nas indústrias de alumínio e de silicone”, detalha o presidente.