Loteamentos: segmento avança em Minas

28 de setembro de 2018 às 0h05

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Loteamento Ouro Ville Residencial, em Ouro Preto, conta com a estrutura de um hotel e tem atraído até mesmo moradores de Belo Horizonte - Divulgação

Ter uma vida mais tranquila com ares de interior e, ao mesmo tempo, poder contar com as comodidades e serviços oferecidos pelos grandes centros urbanos, têm feito com que cada vez mais pessoas migrem para áreas rurais seja para se estabelecer, seja para fixar uma segunda moradia. Neste sentido, construtoras e loteadoras já apostam nestes empreendimentos que, em geral, custam menos tanto para lotear como para construir.

“Comprar um lote em um condomínio que está a 30 quilômetros de distância da cidade grande é muito mais barato que nos grandes centros urbanos, onde os preços são muito mais elevados. Em BH, por exemplo, quase não tem mais bairro disponível para se construir uma casa, até porque os preços inviabilizam muito isso, o que torna mais comum a construção de prédios”, contextualiza o diretor do setor de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e responsável pela URB3 Empreendimentos Imobiliários, Carlos Eduardo Battesini.

Ele conta que um lote em um condomínio fora da cidade pode custar a metade do valor de uma área semelhante na Capital. Se no interior é possível encontrar lotes a partir de R$ 250 o metro, dificilmente dentro de um grande centro urbano como Belo Horizonte o metro do lote custa menos do que R$ 600. Segundo ele, as cidades próximas à Capital mais cotadas atualmente são Nova Lima, Betim e Lagoa Santa.

Apostando nesta demanda, a Urbanville Urbanismo espera crescer cerca de 30% no ano que vem. Com o investimento de R$ 17 milhões nos últimos três empreendimentos lançados neste formato, em Ouro Preto, Cataguases e Juiz de Fora, a empresa estabelece dois conceitos residenciais dentro deste segmento. O de bairros planejados, que é o loteamento aberto em uma área que funciona como uma espécie de continuidade do bairro e pode contar com alguns agregadores de valor, como paisagismo, e os condomínios fechados, que vêm com uma estrutura completa para fornecer todas as comodidades para os moradores como portaria, área de lazer e inovações.

“É um nicho de mercado que já tem sido explorado pelas incorporadoras por estar surgindo uma demanda maior. E realmente, com o advento da internet, a popularização do home office, a condição de se trabalhar em qualquer lugar, conectado, traz também uma oportunidade de se morar melhor sem estar inserido no centro urbano, longe do caos do trânsito, por exemplo. O que não isola o morador já que estes locais têm uma inserção na malha urbana e ainda dão acesso a serviços. São locais muito procurados tanto como segunda moradia como única residência, a depender da distância da cidade grande”, explica o diretor e fundador da Urbaville Urbanismo, Vinícius Diniz.

Dentre os últimos lançamentos citados, está o Ouro Ville Residencial, em Santo Antônio do Leite, distrito de Ouro Preto, que além de estar inserido dentro do conceito de condomínio fechado, também se torna um novo produto porque está atrelado ao hotel vizinho, Ville Real Hotel. Dessa forma, os moradores também poderão contar com as comodidades do hotel em sistema day use. A localização atrai moradores de Belo Horizonte, cidade que está a 50 minutos de distância dali, e também de Ouro Preto. O valor do lote de 1.000 m² no condomínio é de R$ 179.000.

Outra empresa que aposta neste segmento, especificamente no de condomínios fechados, é o Grupo Vitória da União, que mesmo em empreendimentos ainda não finalizados, já tem quase todos os lotes vendidos. É o caso do Vitória da União Vista da Lagoa, localizado em Sarzedo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e que, ainda em fase final de obras, já tem mais de 90% dos lotes vendidos.

Isso se repete também nos últimos lançamentos da empresa, como o Vitória da União Prime, em Pedro Leopoldo, que já tem 85% dos lotes vendidos e o Vitória da União Encosta da Lagoa, em Formiga, onde em apenas um fim de semana 70% dos lotes foram comprados.

Segundo o diretor comercial da empresa, Edmilton Peixoto, o sucesso dos empreendimentos faz com que o Grupo vislumbre um crescimento de 10 vezes mais nos próximos anos.

“Trabalhamos muito para que uma simples fazenda se torne um loteamento moderno e com segurança, onde é o sonho de qualquer um morar. Essa é uma tendência real. As pessoas têm procurado estar mais próximas da natureza fugindo dos centros urbanos. Casais com filhos pequenos querem resgatar o privilégio que tiveram para que os seus filhos possam brincar na rua com tranquilidade e que tenham um contato direto com a natureza. Os condomínios fechados além de proporcionar esses benefícios, conseguem atrelar com uma segurança própria e o conforto de se ter uma infraestrutura moderna”, conta.

Burocracia – A empresa também tem outros projetos em análise e em fase de aprovação nos órgãos competentes. E isso, inclusive, constitui um dos maiores entraves para que este mercado não deslanche de vez, segundo Battesini, diretor do Sinduscon-MG.

“As construtoras têm muita dificuldade com a burocracia do Estado em conceder as licenças ambientais, as aprovações. E estas empresas muitas vezes ajudam a conservar as áreas verdes, pois pegam um terreno mal cuidado e beneficiam este local. Se os processos fossem mais rápidos, com certeza as empresas teriam condições de oferecer ainda mais produtos neste segmento”, conclui.

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